Bolsonaro pede à equipe econômica transição gradual na Previdência


O pedido para evitar mudanças abruptas, nas palavras de um interlocutor, é uma das três orientações gerais que Bolsonaro transmitiu à equipe em relação ao tema.

Do ponto de vista fiscal, uma transição mais lenta significa que o efeito no ritmo de redução das despesas levaria mais tempo para ser sentido. Politicamente, a avaliação é que fica mais fácil de convencer os parlamentares e a população.

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O segundo pedido do presidente eleito à equipe é exatamente que leve em conta a preocupação de apresentar um texto viável —discurso que ele adotou também de forma pública.

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que seria um prejuízo grande ter uma proposta ideal, mas que ficasse parada no Congresso.

A terceira diretriz foi que o custo de reformar a Previdência deve ser compartilhado —ou seja, o endurecimento das regras não deve recair sobre um único grupo.

Dificilmente Bolsonaro dará aval a um texto com mudanças bruscas para os servidores, segundo a avaliação de integrantes da equipe envolvidos nas discussões.

O presidente eleito, que repetiu várias vezes na campanha que não entende de economia, não chegou a dar orientações mais detalhadas à equipe sobre as alterações nas regras de aposentadoria.

Na semana passada, o presidente eleito disse que deve enviar uma proposta de reforma da Previdência fatiada ao Congresso e começar pelas alterações na idade mínima de aposentadoria.

Ficou claro, na mesma ocasião, que o presidente eleito não prevê a apresentação de um texto logo após assumir o Palácio do Planalto. Ele disse que, antes de mandar qualquer projeto para a Câmara, ouvirá as lideranças partidárias.

A proposta enviada por Temer ao Congresso no fim de 2016 está parada na Câmara dos Deputados. Como o texto faz alterações na Constituição, é necessário o apoio de 3/5 dos parlamentares.



FOLHA DE SÃO PAULO
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