Ibovespa:
+0,97% (118.811 pontos)
💵 Dólar: +0,84% (R$ 5,72)
Fogo no parquinho? Bolsa tem máxima desde fevereiro, mas
Orçamento e CPI preocupam
Apesar do fogo no parquinho em Brasília e dos índices em queda no exterior, a
Bolsa encerrou esta segunda-feira (12) renovando a pontuação máxima desde
fevereiro. Fazia tempo que ela não fechava acima dos 118 mil pontos, viu?
Nenhuma
santa operou milagre. Na verdade, o saldo de hoje foi resultado do calendário
da B3: na quarta-feira (14), vencerão os contratos de opção.
Além
de ações, são negociadas na Bolsa as chamadas opções, que nada mais
são do que um contrato que dá ao titular o direito de comprar ou vender um
ativo.
Cada contrato tem sua data de vencimento, que é o último dia que o
titular vai poder executar uma compra ou venda. Se passar deste dia, a opção
perde a validade.
Como
mais um prazo está prestes a estourar, os titulares precisaram se mexer – e
essa movimentação trouxe o Ibovespa para o lado positivo, com 56 das 82 ações
encerrando o dia em alta.
Porém,
vale ressaltar que o volume negociado foi baixo: 33% menor que a média diária, de acordo com o Valor Investe.
A
mão no bolso reflete a insegurança do investidor diante do cenário nacional.
E,
conforme adiantamos no começo da newsletter, teve fogo no parquinho de Brasília
– a começar pela novela do Orçamento.
O
Brasil não é para amadores
As
leitoras do Mexe Com o Bolso já vêm acompanhando episódio por episódio.
Não é o
seu caso?
Sem problemas, aí vai um resumo: o texto que foi aprovado no
Congresso tem uma série de furos jurídicos econômicos e, caso o presidente Jair
Bolsonaro o sancione do jeito que está, ele poderá cometer crime de
responsabilidade fiscal – o que, em último caso, poderia culminar em
impeachment.
No
capítulo de hoje, informações do Broadcast (do Estadão), apontam que o governo
estaria estudando uma Proposta de Emenda da Constituição (PEC) que, a princípio,
seria voltada para abarcar gastos extraordinários para conter a crise causada
pela COVID-19.
No
entanto, ela abriria espaço no teto de gastos para emendas parlamentares que,
porventura, fossem vetadas na proposta orçamentária.
Em
suma, ela abriria brecha para mais gastos.
Ainda
no cenário político, segue repercutindo a abertura da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que deverá apurar as omissões na condução da pandemia no
Brasil.
As
novidades sobre a CPI chegaram pegando fogo: o senador Jorge Kajuru divulgou a
gravação de um telefonema com Bolsonaro, que afirmou ter receio de um
“relatório sacana”, pediu pressão para um possível impeachment de ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) e, de quebra, solicitou a inclusão de estados e
municípios no escopo da investigação.
Todo
este delicioso caldo de Brasil – junto às cerca de 4 mil mortes diárias por
coronavírus – pode até não ter afetado o fechamento do Ibovespa, mas mexeu com
a curva de juros, que é a expectativa do investidor sobre os juros no Brasil lá
no futuro.
Com
aquele cheiro de bancarrota no ar, o mercado passou a apostar que, no futuro, o
Brasil terá que elevar sua taxa de juros para lidar com o cenário.
A
mesma insegurança levou à alta do dólar nesta segunda-feira.
Saber hoje:
- Mais
uma vez, economistas do mercado subiram a estimativa para a inflação –
desta vez, indo de 4,81% para 4,85% –, apontou o relatório Focus,
divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. O número segue acima da
meta central de 3,75% para este ano.
- Quem
também aumentou foi a expectativa para a taxa Selic ao final de 2021, indo
de 5% ao ano na semana passada para 5,25% a.a. nesta edição do boletim.
- Já a
previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma
das riquezas produzidas pelo Brasil – reduziu, indo de 3,17%, na semana
passada, para 3,08% nesta.
- Ainda
não declarou o Imposto de Renda? A Receita Federal passou para 31 de maio
o prazo para envio da declaração. Não vai moscar dessa vez, viu?
- Sete
em cada 10 brasileiros endividados temem não ter dinheiro sequer para o
básico, mostrou pesquisa da Acordo Certo, empresa de renegociação on-line
de dívidas. Os dados apontam que 69% dos brasileiros estão com alguma
dívida em aberto e, destes, 60% acabou com o débito por conta da pandemia.
Para que se tenha ideia, os
entrevistados sentem preocupação (70%) e ansiedade (65%) quando pensam em seus
gastos fixos.
FINANÇAS FEMININAS