BNDES


BNDES tenta adiar devolução de recursos ao Tesouro, e TCU sobe o tom contra banco.

Ministros afirmaram que instituição demonstra 'persistente relutância' em cumprir determinações.

O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) subiu o tom contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) após a instituição financeira tentar uma manobra para retardar a devolução de recursos ao Tesouro Nacional.

Ministros da corte de contas afirmaram que a instituição demonstra "persistente relutância" em cumprir determinações do tribunal e chegaram a mencionar a possibilidade de afastar dirigentes como punição.

O TCU também ameaçou expedir uma medida cautelar para suspender qualquer distribuição de participação nos lucros a seus empregados até que as verbas da União sejam devolvidas.

Como revelou a Folha, enquanto retém os aportes do Tesouro (feitos durante governos petistas), a atual gestão do BNDES distribuiu um benefício médio de R$ 108,1 mil a seus empregados por meio de seu programa de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) referente aos resultados de 2021. O PLR mais alto passou de R$ 257 mil.

Procurado, o BNDES não se manifestou até a publicação deste texto. Em outras ocasiões, o banco negou relação entre os recursos federais e o pagamento de vantagens aos funcionários —crítica apontada por técnicos do próprio governo.

Em setembro, o TCU determinou que o banco cumpra um cronograma mais rápido de devolução dos recursos injetados pelo Tesouro Nacional durante governos petistas. 

Os repasses foram considerados irregulares pela corte de contas, e sua manutenção nos cofres do BNDES mantém a dívida pública mais elevada e obriga o país a pagar juros.

A decisão deve significar a antecipação de R$ 88 bilhões em recursos públicos que ainda estão em posse do banco de fomento —dos quais R$ 10 bilhões já tiveram a devolução aprovada nas instâncias internas da instituição

FOLHA DE SÃO PAULO
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