Força-tarefa da Greenfield investigará negociata no Praça Capital


Responsável por investigar fraudes em fundos de pensão, a força-tarefa da Operação Greenfield vai analisar, a partir de agora, os contornos de uma tratativa polêmica delatada pela Odebrecht, que viabilizou a construção de um imponente centro comercial de Brasília: o Praça Capital. O complexo, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), fica às margens da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), é fruto de uma parceria da empreiteira alvo da Lava Jato com a construtora candanga Brasal.

A procuradora da República Sara Moreira de Souza Leite, do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF), remeteu o caso à força-tarefa da Operação Greenfield para a apuração de possíveis irregularidades na constituição do Fundo de Investimento Imobiliário (FII) referente ao prédio. As suspeitas sobre o Praça Capital foram reveladas nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.

A venda de cotas e a captação de recursos do FII do Praça Capital, denominado Sia Corporate, pode não ter a lisura que aparenta. O FII é um conjunto de recursos para aplicação em ativos referentes ao mercado imobiliário. No caso, a suspeita paira sobre o fato de o fundo ser construído, em sua maioria, por institutos de Previdência.

Em delação premiada, o ex-executivo da Odebrecht Paul Altit diz ter pago R$ 1,5 milhão via caixa 2 no âmbito do empreendimento para que uma empresa de Brasília realizasse o serviço de distribuição das cotas desse fundo — a BI Asset Management (Biam). Também delator na Lava Jato, Paulo Ricardo Baqueiro de Melo mencionou um possível repasse do valor a gestores dos fundos cotistas. O caso foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles em abril deste ano.

Google Notícias - Metrópoles
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br