Fundos de pensão buscam ser eficientes em ações voltadas para a educação


A partir do segundo semestre deste ano as ações de educação previdenciária promovidas pelo sistema de Previdência Complementar Fechada ganharão um reforço considerável. É que vai chegar o piloto de uma campanha promovida pela SRPC (Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar) junto aos alunos de escolas técnicas e faculdades em todo o País. O objetivo é falar diretamente aos estudantes que estão cursando os últimos anos, muito próximos portanto de entrar no mercado de trabalho, orientando esses jovens sobre a importância de planejar seu futuro financeiro.

Nessa mesma linha, mas alcançando estudantes do ensino médio, a Abrapp e a UniAbrapp montaram um estande na Feira do Estudante 2017, realizada entre a última sexta-feira (26) e  domingo passado (28),  no espaço da Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em uma realização do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e visitada por um público superior a 70 mil pessoas.

 

O programa da SRPC irá disseminar, entre outros conceitos, o que é o sistema de previdência complementar e como funcionam as EFPCs, explica o subsecretário Paulo César dos Santos: “Em cooperação com a Abrapp e com o envolvimento das entidades, pretendemos montar um grande pool que incluirá também a UniAbrapp para orientar as pessoas de modo que elas possam tomar suas decisões de acordo com sua realidade”. A iniciativa vem na esteira dos resultados obtidos durante a 4ª Semana Nacional de Educação Financeira , na segunda semana de maio, que mostrou a existência de um forte impulso educativo nas mais diversas áreas do mercado, incluindo a previdência. A Semana é uma iniciativa do Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), que visa promover a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF).

 

“Ficamos animados com o resultado,  pois foram ao todo 5.809 ações cadastradas ao longo de toda a semana, um crescimento expressivo diante das cerca de 1.100 ações em 2016, 505 em 2015 e apenas 170 em 2014, seu primeiro ano de realização”, diz o subsecretário. No âmbito da SRPC foram cadastradas 29 ações (incluindo atividades do INSS, das duas Funpresps e outras entidades fechadas).

 

“Ainda não temos um balanço final, mas sabemos que algumas entidades conseguiram otimizar e  participar desse esforço, que envolveu toda a sociedade por meio dos doze parceiros da ENEF”. A campanha da SRPC junto às escolas deverá contribuir para “contaminar” o sistema com esse entusiasmo educativo e ampliar sua presença na Semana de 2018, aposta Santos.

Redução de custos - Esforços desse tipo vem ao encontro das necessidades das EFPCs, lembra o subsecretário, contribuindo para ampliar a orientação financeira e previdenciária da sociedade sem elevar custos. “É muito importante que tenhamos essas atividades porque fazer isso isoladamente pode ser difícil para muitas entidades, até por uma questão de custos”.

 

Criatividade para encontrar alternativas que não sejam onerosas é, por sinal,  a palavra de ordem na atual conjuntura. Até porque as empresas patrocinadoras não estão dispostas a aumentar gastos e, em tempos de crise, os programas de educação entram na mira dos cortes.

E não é outro, por sinal, o motivo pelo qual a Abrapp, em sua missão de atuar coletivamente para facilitar a vida das associadas, oferece  o Programa de Educação Financeira e Previdenciária – Futuro Positivo, resultado de contrato de cooperação com a empresa Engrenagem Virtual. Trata-se de uma ferramenta que,   a um custo que se ajusta ao porte da associada e que reflete o fato de o seu uso ser coletivo, dispensa  as associadas de fazerem um investimento próprio que tende a encarecer qualquer projeto. Entidades interessadas em oferecer o melhor em educação repartindo custos podem saber mais acessando o endereço  http://engrenagemvirtual.com.br/produtos/futuro-positivo/

 

O momento é esse - Os momentos de instabilidade são justamente os que exigem maior esforço de comunicação e de educação para evitar que os participantes tomem decisões precipitadas pela volatilidade dos mercados, lembra o consultor de previdência da Willis Towers Watson, Evandro Oliveira. Entretanto, ele reconhece que pelo clima geral do País não têm sido fácil para as EFPCs alocar recursos nessas áreas. “O que é, por outro lado, compreensível uma vez que as empresas patrocinadoras tentam fazer o máximo para reduzir custos diante da conjuntura econômica difícil, mas temos recomendado aos gestores das entidades que procurem manter seus programas”, afirma Oliveira.

 

A consultora da Mercer, Renata Grecco,  argumenta, entretanto, que não é preciso gastar muito, é possível aproveitar os eventos das demais áreas e preparar todas as equipes para que possam falar sobre educação.

 

Renata defende que mesmo no ambiente atual os investimentos feitos em educação não devem ser vistos principalmente pelo seu aspecto de custo. É em períodos de crise que as pessoas tendem a entrar em ritmo de descrença e perder a percepção do futuro. “É um momento em que o plano de previdência deveria ser visto como um porto seguro diante da crise”, reforça.

 

A importância da educação previdenciária é basicamente o oxigênio dos planos de benefícios, considerando-se a responsabilidade dos participantes na modelagem de CD e na escolha de perfis de investimento. Ao mesmo tempo, lembra Renata, educar de maneira contínua para a previdência significa alertar as pessoas para o dinheiro que estão perdendo se não tiverem um plano de aposentadoria bem orientado.

 

A percepção da Willis Towers Watson é também de um ritmo modesto nos programas educativos das entidades que a consultoria acompanha. Mas, perfeitamente conscientes de suas responsabilidades, as entidades não deixam que qualquer eventual redução nas ações atinja atividades voltadas para comunicar alterações nos desenhos dos planos, conta Evandro Oliveira.

 

Receita caseira - Na Valia, a experiência “caseira” de educação mitigou o problema dos custos e maximizou resultados. O programa de educação foi desenvolvido por meio de trilhas de conhecimento para cada público-alvo (ativos, assistidos, conselheiros, patrocinadores, famílias e stakeholders), com o apoio da universidade corporativa da patrocinadora principal, a Vale. “Apenas duas pessoas na entidade são responsáveis por desenhar estratégias e implementar todo o programa; além disso temos investido em tecnologia para fazer o atendimento de modo que os profissionais dessa área sejam liberados de atividades transacionais e treinados para se dedicar à educação”, explica a diretora de Seguridade da Valia, Maria Elizabete Silveira Teixeira.

 

A Valia mantém parceria com a rede de escolas frequentadas pelos filhos dos empregados da Vale em todo o país como base para muitas de suas ações, além de montar peças de teatro e filmes didáticos que são apresentados nos trens das ferrovias da Vale. Com isso, a entidade tem conseguido prestar consultoria previdenciária a seu público de maneira customizada, de acordo com as necessidades e realidade de cada grupo, sem elevar custos.

 

“É tudo muito simples e caseiro, nada caro em nosso orçamento de educação”, conta a diretora. Até mesmo um estudo de economia comportamental para orientar os programas foi desenvolvido por profissionais da própria entidade. Na 4ª ENEF, a Valia promoveu palestra sobre a reforma da previdência e seus impactos na vida dos brasileiros.  

Diário dos Fundos de Pensão
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