Revisão que inclui todos os salários na aposentadoria custaria R$ 46 bi
em 10 anos
Governo é contrário à decisão do STJ,
que permite o recálculo.
A revisão de aposentadorias considerando todos
os salários do trabalhador, mesmo os anteriores a julho de 1994, data do Plano
Real, pode gerar um custo adicional ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) de R$
46,4 bilhões em dez anos.
O cálculo do impacto financeiro foi
feito pelo Ministério da Economia. O governo é contrário à decisão do STJ
(Superior Tribunal de Justiça), que permite o recálculo.
Segurados que tinham altas
contribuições antes do Plano Real podem se beneficiar dessa revisão. Para isso,
precisam acionar a Justiça.
Tribunais estaduais já começaram a
aplicar a decisão do STJ, concedendo acréscimo no valor da aposentadoria ou
pensão com base em todas as contribuições pagas, mesmo as anteriores a julho de
1994.
O desfecho final desse caso deverá se dar no
STF (Supremo Tribunal Federal) diante de recurso da AGU (Advocacia-Geral da
União), que representa o INSS,
contra a decisão.
O
Ministério da Economia sustenta que o entendimento do STJ seja derrubado e não
seja permitido o aumento nos valores da aposentadoria gerado pela chamada
revisão da vida toda, ou seja, da inclusão também de salários anteriores ao
Plano Real no cálculo.
O custo imediato estimado pelo governo é de R$ 20 bilhões,
considerando o pagamento de parcelas passadas.
Para os próximos dez anos, a conta é que R$ 26,4 bilhões seriam
desembolsados para elevar benefícios que podem ser atendidos pela revisão.
FOLHA DE SÃO PAULO