PACIENTES COM AUTISMO BATALHAM NA JUSTIÇA PARA RECEBER TRATAMENTO E
MANTER PLANO DE SAÚDE.
Reclamações relacionadas à assistência a autistas
dispararam no último ano; operadoras se queixam da
falta
de regulação em relação às terapias prescritas.
Um levantamento
feito pela agência a pedido do Estadão mostra que 5 795 notificações de
intermediação preliminar (NIP) foram recebidas pelo órgão até julho deste ano.
O número representa seis vezes o que foi registrado em 2019, quando a ANS
recebeu apenas 965 reclamações.
As notificações dos primeiros sete meses de
2023 já representam quase o total registrado no ano passado, quando 5 897
queixas foram reportadas.
Confira a quantidade de
reclamações recebidas pela ANS entre janeiro de 2019 a junho de 2023, considerando
as palavras “autistas”, “TEA”, “autista”, “autismo”:
- 2019: 965
- 2020: 1
262
- 2021: 2
954
- 2022: 5 897
- 2023: 5
795
As reclamações são
variadas e incluem desde problemas relacionados à carência até o rol de
procedimentos cobertos. Neste ano, a maior parte das reclamações está
relacionada a atrasos nos prazos para autorizar atendimentos (1 851) e
reembolso (1 398).
No ano passado, a
ANS tornou obrigatória a cobertura de qualquer método ou técnica indicado para
pacientes com autismo e com transtornos globais de desenvolvimento.
A agência
também derrubou o limite de sessões de fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas
ocupacionais.
As regras vigentes permitem o cancelamento unilateral de planos
coletivos, mas proíbem a chamada “seleção de riscos”, ou seja, quando a empresa
exclui ou se nega a aceitar beneficiários por conta de suas condições de saúde.
De acordo com
especialistas, tanto o caráter permanente do tratamento dos autistas quanto os
custos envolvidos nessas terapias fazem com que os planos tenham resistência em
fornecer os serviços a esse público.
O ESTADO DE SÃO PAULO