A inflação das famílias mais
pobres no Brasil disparou em dezembro em relação à das famílias mais ricas,
informou na terça-feira (15), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), apesar de no acumulado do ano passado o Indicador Ipea de Inflação por
Faixa de Renda ter sido mais equilibrado. Em dezembro, as famílias de renda
mais baixa registraram inflação de 0,21%, contra 0,09% identificados nos
ajustes de preços da renda mais alta.
O resultado se deve ao maior
aumento do preço de itens que impactam com mais força a baixa renda, como
alimentos. Segundo o Ipea, em dezembro os legumes subiram 9%; as verduras,
2,3%; frutas, 3%; e carnes, 2%. Também pesaram o aumento do preço do vestuário,
como roupas femininas, em alta de 2,3%, e o reajuste de 0,5% do aluguel. Já
para as famílias de alta renda, pesaram as passagens aéreas impulsionadas pelas
férias, com preços 29,1% mais altos, e do aumento de 0,8% dos planos de saúde.
Por outro lado, a energia
beneficiou a todas as classes, com queda de 4,8% no preço da gasolina e de 2%
na conta de luz. “A queda de 4,8% no preço da gasolina foi o principal fator de
descompressão inflacionária nas faixas de renda mais alta, que também se
beneficiaram, ainda que em menor proporção, da queda das tarifas de energia
elétrica”, explicou o Ipea.
No acumulado de 2018, a
inflação cresceu em todos os segmentos de renda, resultado do aumento dos
preços dos alimentos a partir do segundo semestre e, sobretudo, dos reajustes
dos combustíveis e da energia elétrica entre junho e outubro. Embora as
famílias mais pobres tenham sofrido mais em dezembro, no acumulado de 12 meses
a alta de preços neste segmento foi de 3,5%, contra 3,9% nas faixas de renda
mais alta.
DINHEIRAMA