Nubank sugere que clientes poupem em vez de enviar
Pix para casas de apostas.
Campanha exibe
mensagem para clientes que realizam transferências para bets.
O Nubank implementou uma iniciativa para
tentar convencer o cliente a poupar em vez de enviar o dinheiro para
plataformas de apostas.
O aplicativo exibe uma mensagem alertando o usuário
e propondo alternativas para o uso do dinheiro ao identificar uma chave pix
associada às bets. "Que tal guardar esse dinheiro?", diz o alerta.
Durante as etapas de transferência, o app questiona
o cliente se o dinheiro é destinado a uma casa de apostas, podendo responder
"sim" ou "não".
Caso o cliente confirme, o Nubank oferece uma
última oportunidade para rever a decisão antes de concluir o pagamento.
"Alguns desses jogos são legalizados no
Brasil, porém não há garantias de ganho", diz a mensagem. "Guardando
esse dinheiro ao invés de apostar, você tem a certeza de que ele vai render sem
preocupação."
Apesar dos alertas, o Nubank não bloqueia as
transferências para casas de apostas.
A instituição não divulgou detalhes sobre como
identifica as chaves Pix vinculadas a bets.
Segundo o banco, a ação faz parte de testes
restritos com uma parcela de usuários e procura conscientizar os clientes sobre
os riscos de realizar transferências para casas de apostas, conhecidas como
bets.
"Realizamos com frequência testes de novos
produtos e soluções para uma pequena parcela da base de usuários."
IMPACTO
DAS APOSTAS NO SETOR FINANCEIRO
Além da iniciativa do Nubank, outros bancos já
estão adotando medidas para mitigar os riscos, incluindo a redução de limites de crédito de clientes que
realizam apostas e o estudo de mecanismos para restringir o acesso ao crédito
por esse público
Estudos realizados pela Febraban (Federação
Brasileira de Bancos) indicam que as apostas online podem estar
diretamente relacionadas ao aumento da inadimplência no país.
Segundo simulações, os beneficiários do Bolsa
Família podem enfrentar um crescimento de até 14% na inadimplência por conta de
apostas, enquanto o índice geral para pessoas físicas pode atingir 27,1%.
A pesquisa Radar Febraban Especial, antecipada à
Folha, também aponta que a maioria dos brasileiros (59%) defende uma regulação
mais rígida para sites de apostas.
FOLHA DE SÃO PAULO