TED exibe novidades do ChatGPT e
pondera futuro polêmico da IA.
Os
novos sistemas avançados de IA (inteligência artificial) são
uma revolução "maior que a própria internet", mas talvez também sejam
mensageiros da "morte da humanidade" que são "incrivelmente
inteligentes" e, ao mesmo tempo, "chocantemente estúpidos".
As
descrições vieram de especialistas reunidos no TED, na terça-feira (18), em mais de duas
horas de palestras que trouxeram o melhor e o pior da tecnologia, com exibições
para seu uso diário, militar e educativo.
Apesar
de opiniões diferentes, os palestrantes concordam que a tecnologia precisa de "grades de proteção",
um termo repetido por todos, embora ninguém saiba exatamente como.
"Estamos
entrando num período histórico neste exato momento onde nós, como um mundo,
vamos definir uma tecnologia que será muito importante para a sociedade daqui
para frente", disse Greg Brockman, cofundador da OpenAI. "Acredito
que podemos fazer isso para o bem."
A
OpenAI, que recebeu bilhões de dólares em investimentos da Microsoft, é uma das principais responsáveis
pelo frenesi criado ao redor das novas tecnologias.
Em novembro, a firma lançou
o ChatGPT, um programa online que usa IA para conversar com o usuário,
respondendo perguntas e, agora, também realizando tarefas.
A empresa também
criou o Dall-E, software gerador de imagens a partir
de texto.
Brockman mostrou novas ferramentas do
ChatGPT que devem ser lançadas "nos próximos meses".
O programa
poderá ler e analisar arquivos, como criar gráficos complexos de arquivos de
planilhas, e ser integrado a outros aplicativos, como o próprio Dall-E.
Ele fez uma demonstração ao vivo pedindo para o ChatGPT criar
um menu para uma refeição vegetariana pós-TED, algo que o programa já faz
atualmente.
Depois, foi além, e pediu uma foto de como seria o tal almoço,
pediu para preparar as compras dos ingredientes no Instacart e para postar o
resultado no Twitter.
Anderson
entrevistou Brockman e perguntou por que a firma, criada originalmente como
uma organização sem fins lucrativos para monitorar o uso
ético de IA na indústria, resolveu lançar a ferramenta em novembro,
desencadeando uma corrida sem as próprias regulamentações.
Brockman
respondeu que construir algo em segredo, como uma grande máquina inteligente, e
lança-la com proteções que poderiam não ser suficientes seria algo
"aterrorizante", disse.
"Acho
que essa abordagem alternativa é o único caminho que eu vejo, você deixa a
realidade bater na sua cara.
E você dá tempo às pessoas para darem sugestões,
antes dessas máquinas serem perfeitas, superpoderosas."
FOLHA DE SÃO PAULO