PHILLIPS


Philips paga R$ 60 mi em acordo de leniência por fraudes na saúde.

Setor de medicina da empresa holandesa reconhece crimes em contratações com governo federal e do Rio de Janeiro

A Philips Medical Systems, braço no setor de saúde da empresa holandesa, fechou um acordo de leniência com a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro reconhecendo fraudes em vendas de equipamentos feitas para o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde fluminense.

A empresa se comprometeu a pagar R$ 59,9 milhões como ressarcimento dos danos materiais e morais causados pela atuação ilegal. 

O acordo foi homologado há um mês pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

“A empresa forneceu ao MPF informações e documentos relacionados às práticas ilegais mencionadas no acordo de que participou ou teve conhecimento, assim como se comprometeu a fornecer dados complementares que venham à tona em investigações internas”, afirmou o MPF-RJ, em nota.

A Philips se tornou alvo de investigação no âmbito da Operação Ressonância, em que foram presos Daurio Speranzini Junior, ex-presidente da empresa no Brasil até 2010, e Frederik Knudsen, gerente. 

A investigação apurava fraudes em licitações na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e no Into (Instituto Nacional de Traumatologia) desde 1996.

De acordo com as investigações, o empresário Miguel Iskin, amigo do ex-secretário Sérgio Côrtes, era uma espécie de organizador do cartel de pregões internacionais na secretaria e no Into. 

Ele cobrava um "pedágio" de 13% sobre os valores de contratos para fornecimento de próteses e órteses. 

A comissão cobrada para empresas internacionais chegava a 40%, segundo o Ministério Público Federal.



FOLHA DE SÃO PAULO
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