INFLAÇÃO


Por que a queda da inflação nos EUA pode aliviar os juros no Brasil

Deflação nesta terça ajuda a compensar falta de compromisso fiscal de políticos.

Investidores em todo o mundo querem ouvir na manhã desta terça-feira (12) a notícia de que o pior da tempestade no mercado financeiro já passou. 

Quem vai confirmar ou não é o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, que divulgará às 9h30 (horário de Brasília) dados sobre a inflação do país em agosto.

Espera-se amplamente que o CPI, sigla em inglês para índice de preços ao consumidor, mostre uma ligeira deflação. A agência Bloomberg projeta taxa negativa de 0,1% em agosto na comparação com julho. 

No acumulado em 12 meses, especialistas consultados apontaram que o índice cairá de 8,5% para 8,1%.

A confirmação dessa expectativa significará que a principal economia do planeta está se afastado do pico inflacionário de 9,1% atingido em junho, o maior em mais de quatro décadas.

Por que isso importa para o Brasil? 

Quem acompanha o mercado financeiro de perto aponta a queda da inflação americana neste momento como fundamental para que os preços e os juros também possam cair por aqui.

O custo do crédito no Brasil depende da taxa nos Estados Unidos, explica Ricardo Hammoud, professor de macroeconomia no Ibmec-SP. 

Para atrair e manter investimentos por aqui, o país precisa que seus títulos soberanos ofereçam juros suficientemente altos para compensar instabilidades políticas e econômicas.

Os juros americanos estão atualmente na casa dos 2,5%. No Brasil, a taxa básica Selic está em 13,75% ao ano. "A diferença [entre as taxas] é o risco brasileiro", diz.

"Uma redução adicional do CPI nos EUA gera a perspectiva de que, se esse ritmo for mantido, o Fed [Federal Reserve, o banco central americano] não precisará continuar aumentando com rapidez os juros", diz o economista Roberto Macedo, diretor acadêmico da Faculdade do Comércio de SP.



FOLHA DE SÃO PAULO
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