MERCADO DE TRABALHO


Brasil barato pode impulsionar salário de executivo de multinacional no país.

Home office permitiu que profissionais do Brasil ocupem vagas dos EUA que seriam remuneradas em dólar.

Empresas de recrutamento têm notado um avanço na demanda por executivos brasileiros em multinacionais que operam no país e até mesmo em companhias estrangeiras que não atuam por aqui.

A tendência é mais um desdobramento da adoção do home office, mas ganha força com o câmbio, que reduz o custo do profissional brasileiro. 

Ao mantê-los em teletrabalho no Brasil, em vez de abrir a vaga nos Estados Unidos ou na Europa, é possível pagar um salário maior pesando menos para o empregador.

Segundo Lucas Toledo, diretor do PageGroup, vale a pena para as companhias remunerar esses funcionários em real. E ainda possibilita um aumento no salário do profissional.

Em vez de pagar o equivalente a US$ 7.500 mil por mês lá, a empresa pode pagar cerca de US$ 5.000, o que daria mais de R$ 25 mil por aqui.

“São cargos para um profissional no topo da faixa salarial, que fala inglês, e de áreas como engenharia, saúde, vendas globais e tecnologia”, afirma Toledo.

Marcelo Apovian, sócio da consultoria Signium, especializada em recrutamento, diz que o Brasil sempre foi um polo de origem de bons executivos porque a dinâmica turbulenta da economia brasileira desenvolve habilidades valorizadas.

"Entre 2010 e 2016, o Brasil era muito caro. A gente tinha que convencer os estrangeiros que o diretor financeiro aqui ganharia mais que o chefe dele na França. Agora inverteu", diz Apovian.

Segundo ele, o momento está favorável para vagas na área de tecnologia, com profissionais de programação que ganhavam em média R$ 15 mil passando a receber cerca de US$ 5 mil no home office.

Ele ressalva que o trabalho a distância é mais difícil para profissionais que possuem grandes equipes.



FOLHA DE SÃO PAULO
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