Empresas com boa nota ESG poluem
tanto quanto as mal avaliadas
Resultado
de pesquisa se mantém mesmo quando apenas a parte ambiental da pauta é
analisada.
Empresas
com classificação alta na métrica amplamente aceita de governança ambiental, social e
corporativa (conhecida como ESG, na sigla em inglês), poluem tanto quanto as companhias
com pontuação baixa, descobriu uma pesquisa.
Essa
ausência perversa de correlação se mantém mesmo quando a intensidade de carbono das empresas –suas
emissões de carbono por unidade de receita ou capitalização de mercado— é
comparada unicamente à sua pontuação ambiental, segundo a consultoria e
fornecedora de índices Scientific Beta.
"As
pontuações de ESG guardam pouca ou nenhuma relação com a intensidade de
carbono, mesmo levando em conta apenas a parte ambiental dessas
pontuações", disse Felix Goltz, o diretor de pesquisas da Scientific Beta.
"Parece que as pessoas não olharam realmente para as correlações. São surpreendentemente
baixas."
"A
redução da intensidade de carbono dos portfólios verdes [ou seja, de baixa
intensidade de carbono] pode ser anulada, na prática, com o acréscimo de
objetivos ESG."
A
descoberta chegou em meio a uma forte demanda por investimentos em ESG. Fundos
ditos "sustentáveis" atraíram investimentos líquidos de US$ 49
bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo a Morningstar, enquanto o restante da indústria
de fundos registrou saídas de US$ 9 bilhões.
Goltz
e seus colegas analisaram 25 pontuações ESG distintas dadas por três grandes
agências: Moody’s, MSCI e Refinitiv.
Constataram
que 92% da redução de intensidade de carbono que os investidores obtêm ao
ponderar ações apenas por sua intensidade de carbono se perde quando as
pontuações de ESG são acrescentadas como um determinante parcial na ponderação.
FOLHA DE SÃO PAULO