Suicídios em série alertam para
assédio e sobrecarga no Ministério Público de SP.
Servidores
dizem que gatilho foi pressão no trabalho; OUTRO LADO: Chefia do órgão afirma
que casos são isolados de pessoas com problemas pessoais.
Em
menos de um ano, três servidores do MPSP (Ministério Público de São Paulo) se suicidaram.
Um quarto funcionário tentou se matar, mas foi impedido. Três desses casos
ocorreram em menos de 24 horas.
Os
servidores afirmam que os colegas adoeceram por causa da deterioração na rotina
de trabalho, com sobrecarga de atividades, pressão psicológica,
prazos curtos e assédios.
Já o comando do órgão afirma que os casos foram
pontuais, de pessoas com problemas pessoais.
Uma
pesquisa encomendada pela própria Comissão de Saúde do Ministério Público
identificou, há mais de dois anos, riscos psicossociais na instituição.
As
respostas relacionadas à violência psicológica e ao assédio no ambiente de
trabalho acederam um alerta ao revelarem hostilidades de parte
dos superiores hierárquicos —entre subprocuradores, procuradores e seus
assessores.
Segundo
o levantamento, 77,2% afirmavam ter sofrido algum tipo de constrangimento
emocional, 50,1% se declararam vítimas de assédio moral, e 6,7% afirmaram já
terem pensado em se matar.
A pesquisa também apontou que 85% apresentaram um risco aumentado de
adoecimento psicológico, sendo que 42,4% adotaram tratamento de saúde mental
desde que ingressaram no MP.
Após os suicídios, um grupo de servidores criou uma página no
Instagram intitulada "Nenhum
servidor a menos no MPSP", onde
estão sendo postadas condolências e manifestações de servidores que se sentem
vítimas de algum constrangimento.
FOLHA DE SÃO PAULO