Governo autoriza aumento da margem do consignado do
INSS.
Bancos
dizem que estão prontos para oferecer novo empréstimo.
O governo federal publicou nesta nesta quarta-feira
(31) a lei 14.131/2021, que aumenta para 40% a margem do crédito consignado para
beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e servidores
públicos até o final deste ano.
A ampliação da margem consignável é uma das ações
que já tinham sido adotadas em 2020 e que agora são retomadas pela gestão do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tentar diminuir os impactos
econômicos gerados pela pandemia de Covid-19.
Entre outras medidas de socorro à economia está a
reedição do auxílio emergencial, cujo pagamento será reiniciado a partir de 6 de abril.
Em condições normais, aposentados e pensionistas
poderiam comprometer até 35% da própria renda mensal para pagar parcelas
debitadas diretamente dos seus benefícios, sendo 30% para o pagamento de
empréstimos pessoais e 5% para débitos relativos a despesas ou saques com
cartão de crédito.
A lei publicada nesta quarta eleva a margem do
empréstimo pessoal de 30% para 35% e mantém a do cartão em 5%.
A nova regra
permite, portanto, que aposentados e pensionistas possam comprometar até 40%
dos seus salários para pagar parcelas da dívida que são descontadas diretamente
do benefício.
Como
ficam as parcelas e o valor da dívida
Para mostrar como essa mudança vai mexer no bolso
dos segurados da Previdência, o consultor do Ieprev (Instituto de Estudos
Previdenciários) Wagner Souza calculou como ficam valores de parcelas,
pagamento de juros e endividamento de beneficiários com diferentes faixas de
renda que tomarem o novo empréstimo pessoal consignado de 35%.
As simulações mostram que, apesar do teto da taxa
de juros mensal de 1,80% estar abaixo das aplicadas em outras modalidades de
crédito, a dívida do contratante do empréstimo consignado pelo prazo máximo de
84 meses será de quase o dobro do crédito tomado.
Por exemplo, se um aposentado que ganha o piso de R$ 1.100
comprometer 35% da sua renda com 84 parcelas de R$ 385, o valor que ele
colocará no bolso será de R$ 16.609. Mas, ao final do contrato, ele terá pago
ao banco R$ 32.340. Um valor quase 95% mais alto.
BENEFÍCIO:
R$ 1.100
A margem consignável sobe de R$
330 para R$ 385. Confira:
Valor do empréstimo
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Prestação
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Total da dívida
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Juros
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R$ 1.000,00
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R$ 23,18
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R$ 1.947,12
|
R$ 947,12
|
R$ 5.000,00
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R$ 115,90
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R$ 9.735,60
|
R$ 4.735,60
|
R$ 10.000,00
|
R$ 231,80
|
R$ 19.471,20
|
R$ 9.471,20
|
R$ 15.000,00
|
R$ 347,69
|
R$ 29.205,96
|
R$ 14.205,96
|
R$ 16.609,46
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R$ 385,00
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R$ 32.340,00
|
R$ 15.730,54
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FOLHA DE SÃO PAULO