Americanas revisa lista de credores e dívida
aumenta de R$ 41 bilhões para R$ 42,5 bilhões.
Entre os bancos,
valores devidos ao Bradesco ultrapassam os R$ 5 bilhões, e débito com BB também
sobe.
A Americanas revisou sua lista de credores, o que elevou ainda mais o
valor da dívida da varejista, de R$ 41 bilhões para quase R$ 42,5 bilhões.
E
boa parte deste aumento diz respeito aos débitos com grandes bancos.
O mais afetado é
o Bradesco, que na primeira lista, apresentada
em janeiro, tinha uma dívida de aproximadamente R$ 4,8 bilhões.
Na revisão, o
valor passou para R$ 5,1 bilhões.
A dívida com o Banco do Brasil também aumentou, passando
de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,6 bilhão.
Os valores devidos
a outros bancos não tiveram alteração. São R$ 3,6 bilhões para o Santander Brasil, R$ 3,5 bilhões ao BTG Pactual, R$ 2,7 bilhões para o Itaú
Unibanco, R$ 2,5 bilhões para o Safra, e R$ 500 milhões para a Caixa Econômica Federal.
Da dívida listada
na recuperação judicial da Americanas, R$ 42,3 bilhões são para os credores da
Classe III, chamados de quirografários, que não possuem garantias reais
fornecidas pela empresa.
Neste grupo estão bancos e fornecedores.
O Banco Votorantim, que aparece na lista de
credores, tem uma situação diferente em relação a seus pares.
Segundo uma fonte
próxima à instituição, o BV tem uma posição tranquila, já que as dívidas da
Americanas somam pouco mais de R$ 200 milhões, mas as aplicações financeiras da
varejista no banco superam os R$ 400 milhões.
Na primeira lista, o BV aparecia como credor de R$ 3,2 bilhões.
No entanto, esses valores foram realocados, já que os R$ 3 bilhões a mais
correspondem a títulos emitidos pela Americanas que tiveram intermediação
financeira do BV, e não a dívidas da empresa com o banco, diz a fonte.
A
maioria destes títulos foi repassada a fundos de investimentos, que são os
verdadeiros credores.
As dívidas da Classe I, que envolvem pendências trabalhistas,
somam quase R$ 120 milhões, e da Classe IV, com micro e pequenas empresas,
totaliza pouco mais de R$ 70 milhões.
Com o processo de recuperação judicial, a Americanas teve que
pagar à vista os fornecedores de ovos de Páscoa, uma prática muito diferente da
adotada antes da deflagração da crise.
Segundo alguns parceiros comerciais, a
Americanas historicamente pedia prazos amplos para pagar pelas compras, e era
muito comum esses pagamentos atrasarem.
Na semana passada, em balanço dos 30 dias da crise, a Americanas
afirmou que opera normalmente, com as prateleiras cheias.
FOLHA DE SÃO PAULO