Renato
Bernhoeft, fundador e presidente do conselho de sócios da höft
consultoria, nota que a cada dia que passa as escolhas profissionais estão
se tornando mais complexas e desafiadoras. Não apenas para os jovens que ingressam
no mercado de trabalho, mas para aqueles que atualmente estão na meia-idade e
se confrontam com um desafiador momento de inflexão, tanto na sua vida
profissional como na pessoal. Entretanto, em nossa experiência com processos de
pós-carreira (preparo para a aposentadoria) de executivos, foi possível
constatar que aqueles que desenvolveram outras carreiras e identidades
simultaneamente à vida corporativa transitaram melhor por essa fase.
Segundo os
professores Andrew Scott e Lynda Gatton, da London Business School, autores do
livro “The 100-Year Life” — A vida de 100 anos, em tradução livre — “uma
criança que nasce hoje, no Ocidente, tem mais de 50% de chances de chegar aos
100 anos, quando um século atrás tinha apenas 1%”. Ao considerarmos essas mudanças
é possível imaginar os desafios que serão exigidos de cada indivíduo na sua
capacidade de reaprender e se reinventar ao longo de toda a sua vida.
Muitos estudiosos
do tema já apontam a necessidade de realizar várias transições de carreira e
profissões ao longo desta vida mais longa. Fenômeno que já começamos a observar
nos processos de educação para idosos. Entretanto, nossa experiência pioneira
com o preparo de executivos para o pós-carreira, que fazemos desde os anos 80
no Brasil, mostra que transitam melhor neste processo as pessoas que desde
muito cedo têm carreiras simultâneas.
Exemplos práticos:
Simultaneamente ao vínculo corporativo ou à atuação autônoma, o profissional
toca algum instrumento, dá aulas, participa de associações de classe ou beneficentes,
de ONGs, desenvolve algum negócio próprio, escreve e publica algo, enfim, cria
e mantém uma “identidade” alternativa, independentemente de ser remunerada ou
não. Desta forma encara o processo de pós-carreira de maneira menos traumática
e mais suave.
Matéria sob o
significativo título de "Aposentado sim, parado não", onde traz o
depoimento de uma dezena de pessoas que relatam as suas experiências mostrando
como se mantém em atividade. Ao lado, outro texto deixa evidente que no Mundo
há regiões onde a forma de se alimentar e as práticas de vida muito próprias
fazem uma profunda diferença, fazendo com que as pessoas ali residentes vivam
mais. Em todas elas a alimentação é baseada em vegetais, com pouquíssima ou
nenhuma carne vermelha, quase ausência de peixe e nada de leite de vaca. Os
moradores fazem atividade física constante e moderada, não fumam, acreditam em
Deus e valorizam a família e o convívio social.
Valor Econômico