MERCADO DE TRABALHO


Quase 20 milhões de brasileiros sobrevivem só com bicos.

Estudo identifica diferentes perfis de trabalhadores sem carteira assinada ou CNPJ.

Quase 20 milhões de trabalhadores informais recorriam a ocupações com renda mais baixa e sem necessidade de qualificação para tentar bancar a sobrevivência no terceiro trimestre de 2021. 

Trata-se da busca pelos populares bicos como estratégia para o pagamento de despesas básicas.

Essa é uma das conclusões de um estudo divulgado nesta quarta-feira (22) pela B3 Social e a Fundação Arymax, em parceria com o Instituto Veredas.

Segundo o levantamento, o Brasil tinha 19,7 milhões de trabalhadores classificados como informais de subsistência no terceiro trimestre de 2021 —o período mais recente com dados disponíveis quando a análise começou a ser feita.

O grupo reunia profissionais com renda de até dois salários mínimos e que preenchiam ocupações marcadas pela instabilidade, como é o caso dos bicos.

“A informalidade não se expressa de uma única forma. 

Ela tem características diferentes dentro de cada grupo de trabalhadores", afirma Vahíd Vahdat, diretor de projetos e articulação institucional do Instituto Veredas.

"Várias questões chamam atenção nos números, e uma delas é que ter uma ocupação pode não ser suficiente. 

A qualidade do trabalho importa demais. 

Os informais de subsistência estão em ocupações completamente instáveis. 

Essas posições não criam um horizonte consistente para os trabalhadores", completa.

De acordo com o estudo, 75,4% dos informais com ensino fundamental incompleto ou inferior pertenciam ao grupo dos trabalhadores que buscavam apenas o básico para sobrevivência no terceiro trimestre de 2021.

A análise ainda sinaliza que mais de 64% dos informais de subsistência eram negros.



FOLHA DE SÃO PAULO
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