ENDIVIDAMENTO


Dívida das famílias sobe, aplicações financeiras tombam.

Endividamento não estava tão alto fazia cinco anos.

Coluna do jornalista Vinícius Torres Freire afirma que as famílias brasileiras não estavam tão endividadas havia pelo menos cinco anos.

As mais ricas, as que dispõem de alguma poupança financeira, viram algumas de suas aplicações levarem tombos feios nas últimas semanas

De resto, a tradicional vaca leiteira da renda fixa tem rendido nada ou algo abaixo de nada e tende a render menos ainda até o ano que vem, no mínimo.

Parece haver novidades nas finanças das famílias. O choque do vírus pode balançar essas contas. 

Qual seria o impacto desses possíveis abalos no crescimento da economia, que era mínimo mesmo antes do coronavírus e do surto renovado da praga da baderna política do governo?

A dívida equivalia na média a 45% do rendimento anual das famílias em dezembro de 2019, dado mais recente dessa estatística calculada pelo Banco Central. 

Está bem perto dos níveis recordes de 2015 (a série começa em 2005).

O total de dinheiro emprestado pelos bancos às pessoas físicas equivalia em janeiro deste ano a 28% do PIB, a proporção mais alta dessa série de dados que começa em 2007, também do Banco Central.

Difícil dizer se é muito, apesar dos recordes. Até janeiro, pelo menos, não havia sinal de alerta na inadimplência nos financiamentos bancários; os bancos ainda pareciam animados de conceder crédito.

O serviço da dívida (pagamento de juros e amortização) levava 20,2% da renda mensal, na média, no fim de 2019. Voltara aos níveis de 2017, mas com peso não muito diferente daquele registrado desde 2011. Esse nível seria um limite?

Sem dados mais finos, o máximo que se pode dizer é que esse nível inédito de dívida em ambiente de choques suscita mais dúvidas sobre o crescimento dos empréstimos bancários. 

Crédito é um raro motorzinho desta saída muito lerda do buraco da recessão. O crescimento do salário médio tem andado perto de zero.



FOLHA DE SÃO PAULO
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