Nova versão da proposta foi lida em sessão do
colegiado que se estendeu até a madrugada.
Após trabalho de
obstrução pela oposição e acordo frustrado com policiais, a comissão
especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência encerrou a sessão
iniciada nesta quarta-feira (3) sem votar o relatório sobre a proposta.
A expectativa
é que a votação seja feita em nova reunião nesta quinta-feira (4).
Ao longo de todo o
dia, negociações foram conduzidas pelo relator,
deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
A sessão foi
marcada inicialmente para o início da tarde, mas só começou perto das 20
horas após alterações no relatório e diversas reuniões entre os
parlamentares.
Ainda assim,
membros da oposição e parte dos deputados do centrão não concordaram em fechar
acordo para viabilizar a votação. Na sessão, foi feita apenas a leitura
formal da terceira versão do parecer, elaborada por
Moreira.
Parlamentares
da oposição anunciaram obstrução dos trabalhos, usando de artifícios
regimentais na tentativa de atrasar a tramitação da matéria.
Os oposicionistas
conseguiram alongar a reunião, que se estendeu até a madrugada desta
quinta-feira (4). Partidos favoráveis à reforma tiveram de se mobilizar
para que fossem derrotados pedidos de adiamento de votação.
Com o encerramento
dos trabalhos, uma nova sessão foi convocada para a manhã desta quinta. A
expectativa é de que o processo de discussão e votação da proposta seja
iniciado após mais uma etapa de obstrução da oposição.
Antes de seguir para
a análise do plenário da Casa, a comissão precisa votar o texto-base e
destaques —propostas de alteração no texto.
Até o
encerramento da sessão da madrugada, 138 destaques ao texto haviam sido
apresentados. Desses, 25 eram de bancada, que não podem ser votados em bloco e
exigem discussão e apreciação um a um.
Técnicos do
Legislativo estimam que esse processo levará ao menos oito horas.
Ao convocar a sessão
para a manhã desta quinta, o presidente da comissão, Marcelo Ramos (PL-AL),
informou que deixaria o processo de votação aberto ininterruptamente para
impedir novas alterações no texto pelo relator.
A sessão foi marcada
para as 9h. Até as 10h, os parlamentares estão autorizados a apresentar novos
destaques ao texto.
FOLHA DE SÃO PAULO