Saúde terá que lidar com vacinação, cirurgias
represadas e orçamento enxuto em 2021.
Atraso
na vacinação e risco de queda na adesão preocupam, além do baixo orçamento e da
fila de cirurgias eletivas.
Apontada em pesquisa Datafolha como o principal
problema do país, a área da saúde inicia 2021 com o desafio de colocar em
prática a vacinação contra a Covid-19, lidar com a
sobrecarga gerada pelo aumento de casos da doença e com o impacto de
atendimentos represados na pandemia.
Gestores do SUS terão ainda que resolver uma conta
que não fecha: a necessidade de incorporar leitos de UTI (cuja oferta já era
insuficiente antes da pandemia), o aumento na fila de cirurgias eletivas e o
risco de queda no orçamento.
Entram ainda na lista dos desafios a previsão de
piora em indicadores de saúde por atrasos no atendimento de pessoas com outras
doenças, como o câncer.
“Esperamos um ano muito difícil”, afirma Carlos
Lula, presidente do Conass, conselho que representa secretários estaduais de
Saúde.
Ele aponta dois motivos principais. “Vamos começar a vacinação muito
tarde e, até existir imunização suficiente, leva tempo. Também estamos vivendo
um recrudescimento da pandemia, e a tendência é que isso piore.”
Aposta para controle da Covid-19, a vacinação tende
a ser um dos principais desafios deste novo ano, segundo especialistas e
gestores.
Atualmente, a guerra política em torno das vacinas
e o atraso na obtenção de doses pelo Ministério da Saúde dificultam uma definição sobre o início da imunização.
A situação ocorre em um momento em que o país já soma 7,6 milhões de casos e
195 mil mortes.
Especialistas afirmam ainda que, com o atraso na
vacinação e a queda no isolamento, o país deve manter, ao menos nos primeiros
meses, um número alto de casos do coronavírus.
Nos últimos dias, a taxa de ocupação de leitos em diferentes capitais ficou
acima de 80%.
Um cenário que se agrava com a pressão gerada pelo
aumento na carga de doenças que tiveram atendimentos adiados, caso do câncer, e
de outros problemas que voltaram a crescer, como acidentes de trânsito.
FOLHA DE SÃO PAULO