Auditores fiscais preveem reflexos para estados e
municípios com mudança no Carf.
Retorno do voto de
qualidade no conselho administrativo de recursos fiscais contraria empresários.
Favorável ao retorno do voto de qualidade no Carf (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais), inserido no pacote econômico do novo
governo, o Sinafresp (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de
São Paulo) prevê reflexos no debate do assunto no âmbito dos estados e
municípios.
"A medida pode
refletir na discussão do Projeto de Lei 17/2022, em trâmite no Congresso, que
pretende eliminar o voto de qualidade também nos tribunais administrativos dos
estados e municípios, dando sempre ganho de causa a empresas em caso de empate
nas disputas", afirma o Sinafresp.
A volta do
mecanismo, que foi extinto em 2020 e serve como desempate em casos de
discordância tributária entre Receita e contribuinte, desagrada setores do
empresariado, que já apelaram ao Congresso para derrubá-la.
De acordo com o
governo, o fim do voto de qualidade gerou prejuízo à União na casa dos R$ 60
bilhões por ano e o retorno da prática seria uma forma de reduzir litígios
fiscais pendentes no Carf, ideia que é contestada por empresários.
Para o Sinafresp,
os temas julgados pelo Carf envolvem "causas de grandes empresas, cuja
vitória nem sempre reflete o interesse da sociedade e sim de setores
específicos".
FOLHA DE SÃO PAULO