Cientistas usam inteligência artificial e Twitter
para medir risco de depressão e ansiedade.
Grupo da USP
utiliza tecnologia para avaliar padrões de escrita que sugerem probabilidade de
transtorno psiquiátrico.
A linguagem que
usamos nas redes sociais pode virar um indicativo de como anda a nossa saúde
mental – e as máquinas seriam capazes de encontrar padrões e sinais precoces de
quadros como ansiedade e depressão.
Essa é a premissa
de um trabalho que está em andamento na Escola de Artes, Ciências e Humanidades
da Universidade de São Paulo (EACH-USP).
Por lá, um grupo de
pesquisadores está construindo um algoritmo capaz de analisar perfis do Twitter e buscar algumas pistas que
sugerem transtornos psiquiátricos.
O trabalho, que está nas fases preliminares, já construiu uma
base de dados que ganhou o nome de SetembroBR – uma homenagem dupla ao Setembro
Amarelo, campanha de prevenção do suicídio que ocorre todos os anos, e ao mês
em que o projeto se iniciou.
OS RESULTADOS
Os modelos
encontraram alguns padrões iniciais, que podem indicar uma propensão a doenças
como ansiedade e depressão.
O primeiro deles é
uma maior frequência de postagens sobre si mesmo observada no grupo que
declarava ter transtornos psiquiátricos – por exemplo, com a utilização de
verbos e pronomes "eu", "me", "mim" – na primeira
pessoa .
Outra constatação
foi a de que esses indivíduos recorrem bastante a emojis e
símbolos gráficos que simbolizam o coração.
Além disso, temas
como morte, crise e psicologia também são mais comuns nessas contas.
Para completar,
indivíduos com ansiedade ou depressão tendem a seguir outras páginas e usuários
que tratem do tema – por exemplo, grupos de pacientes ou o perfil de uma
celebridade que anunciou um diagnóstico recente de um desses transtornos.
BBC NEWS