Procuradoria
no DF denuncia 26 pessoas sob acusação de fraudes em fundos de pensão.
Procuradores da força-tarefa da operação Greenfield, em Brasília, denunciaram 26 pessoas
sob acusação de praticar fraudes contra três fundos de previdência complementar, que estão
entre os maiores do país, por meio de aportes em um outro fundo que, segundo a
investigação, apresentava desequilíbrio e incapacidade financeira.
Os fundos de pensão atingidos pelas fraudes,
segundo o Ministério Público Federal, foram: Funcef (Fundação dos Economiários
Federais), Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social) e Postalis (dos
empregados dos Correios).
Foram oferecidas, no último fim de
semana, três denúncias à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília nas quais os
procuradores requerem, além da condenação dos acusados, o pagamento de R$ 3,1
bilhões como reparação pelos danos moral e social causados e como devolução dos
produtos dos crimes.
O valor equivale ao triplo dos prejuízos causados, segundo
o MPF (Ministério Público Federal).
Os crimes ocorreram, segundo as
denúncias, de 2009 a 2014.
Se a Justiça receber as denúncias e tornar os
acusados réus, eles deverão responder por gestão fraudulenta, temerária ou por
desvio de recursos em proveito próprio ou de terceiros.
As denúncias estão sob sigilo e o
Ministério Público Federal não divulgou os nomes dos acusados.
Segundo a Procuradoria, diretores dos
fundos de pensão, executivos do Fundo de Investimentos e Participações Multiner
e empresas de consultoria agiram em conjunto para aprovar indevidamente aportes
milionários no Multiner.
“Os artifícios para engendrar tais
operações envolveram a superavaliação da empresa, o uso de laudos falsos e a
minimização dos riscos envolvidos nos financiamentos realizados.
As
investigações revelaram que as consultorias contratadas para fazer a valoração
do Multiner e para orientar quanto à decisão pelos aportes eram empresas
especializadas em design de interiores e em suporte técnico de serviços de TI
[tecnologia da informação]”, informou o MPF.
“Sob o pretexto de consultar empresas
de ‘notória especialização’, foram contratadas instituições sem qualquer
expertise que pudesse fundamentar investimentos milionários com recursos de
terceiros.”
FOLHA DE SÃO PAULO