POUPANÇA PREVIDENCIÁRIA


Uma tendência mundial é que as pessoas assumam, cada vez mais, a responsabilidade por decidir o quanto poupar para a aposentadoria, como investir essa poupança e quando parar de trabalhar, começa dizendo o economista Marcelo D´Agosto.

O autor continua: Os esquemas empresariais tradicionais de complementação de renda que envolvem o investimento num fundo de previdência por meio do desconto compulsório mensal de parte do salário até uma idade limite estão se tornando obsoletos.

A prática tem mostrado que, a menos que a empresa aceite os riscos de garantir um benefício definido aos trabalhadores no futuro, o arranjo é ineficiente. 

Era um desenho que funcionava bem quando os empregos eram estáveis, os trabalhadores ficavam por muitos anos na empresa e havia poucas mudanças no controle acionário das companhias. 

Para evitar o risco atuarial envolvido nessa modalidade, as empresas passaram a adotar um sistema chamado de "contribuição definida". 

Significa que o funcionário investe compulsoriamente parte do salário em um fundo de previdência e o valor da aposentadoria será proporcional ao rendimento da aplicação. 

O fundo nem precisa ser administrado pela empresa. Pode estar sob a responsabilidade de um banco ou seguradora nas modalidades PGBL ou VBGL. 

Esse arranjo tem um problema. Não é fácil convencer um trabalhador a investir parte do seu salário em um investimento que ele não tem controle de como está sendo gerido.

Para tentar solucionar esse problema e estimular as adesões aos planos, as empresas acenam com a possibilidade de cobrir os aportes dos funcionários em determinadas proporções. 

É chamado de "match", no jargão de mercado. Mas existe um detalhe importante. O valor só fica efetivamente incorporado a conta do empregado depois de alguns anos de contribuição. 

Caso decida mudar de emprego antes do prazo mínimo, pode perder o benefício. Isso se chama "vesting" e cria uma complexidade adicional. Potencialmente, pode gerar uma série de favorecimentos e deixar o plano pouco democrático.

Por essas razões, a tendência é que as pessoas assumam o controle da maneira como investem seus recursos. E de acordo com um estudo de David Blanchett e Paul Kaplan, analistas da Morningstar, se contarem com a assessoria de um planejador financeiro as decisões financeiras tendem a ser melhores.



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