AGU
suspende promoção em massa que levou 606 procuradores ao topo da carreira.
Decisão
foi tomada por 'cautela' e 'razões de conveniência e oportunidade', diz
procurador-geral. Com a promoção, AGU passaria a pagar salário de R$ 27,3 mil
para 93,3% da categoria.
A
Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu suspender nesta quinta-feira (24)
a promoção em massa que levou 606 procuradores federais do órgão ao
topo da carreira – com salários acima de R$ 27 mil.
A
decisão é do procurador-geral federal, Leonardo Lima Fernandes. Segundo ele, a
suspensão se baseia "no poder geral de cautela da Administração, e por
razões de conveniência e oportunidade".
No
documento que embasou a decisão, o coordenador-geral de Pessoal, Watson
Monteiro Oliveira, afirma que todos os atos para a promoção dos servidores
"revestiram-se de legalidade, praticados nos estritos termos da Lei".
Ainda
assim, ele recomenda a suspensão "tendo presentes os questionamentos
suscitados com a publicação do referido ato, e com fulcro no poder geral de
cautela da Administração".
Na última sexta (18), uma portaria da AGU promoveu 607
procuradores, dos quais 606 passaram a integrar o topo da carreira da
procuradoria federal.
A medida, segundo a Advocacia-Geral, tinha seguido os
critérios de antiguidade e merecimento.
Topo
do funcionalismo
Com
a portaria agora suspensa, 3.489 dos 3.738 procuradores federais da AGU
passariam a estar no topo da carreira – ou seja, 93,3% da categoria.
Os
procuradores-gerais da AGU fazem a defesa do governo federal em ações judiciais
e extrajudiciais. São responsáveis pela cobrança de recursos que autarquias,
fundações têm a receber.
O
número de procuradores promovidos havia dado um salto na comparação com anos
anteriores.
Foram
79 promoções em 2017, 69 em 2018 e 83 em 2019. Em 2020, a promoção foi dada a 607
servidores. A AGU não informou o motivo desse crescimento.
O GLOBO