CIÊNCIA


Sociedade brasileira desperta para ciência.

Ampliação de interesse pela ciência é acompanhado de interesse por política.

Apesar do avanço do negacionismo e dos ataques do presidente aos cientistas, os brasileiros e brasileiras confiam na ciência, em especial a produzida por universidades e institutos públicos. 

Mais que isso, confiam, defendem e estão interessados em saber mais.

É o que mostra levantamento feito pelo SoU_Ciência em parceria com o Instituto Ideia Big Data, a partir de dados atualizados e inéditos, que divulgamos em nosso site

A pesquisa de opinião mostra que estamos diante de um novo ‘sujeito político’ de grande confiança pela população: o "cientista público" é quase um novo herói nacional. Felizmente, um herói não-messiânico e baseado em evidências. 

Mas ainda há muito a fazer para uma real tradução e ‘alfabetização científica’ no Brasil e ao aprofundamento do debate sobre diferentes áreas, métodos e propósitos do fazer científico – nem sempre consensuais.

A atual conjuntura evidencia que o choque entre negacionismo e ciência não ocorre estritamente no campo do conhecimento, mas também no campo da política, onde está em jogo o direito à vida. 

É neste contexto que a ciência tem se consolidado também como sujeito político e uma das principais forças sociais de oposição.

Ou seja, a ciência não está restrita aos laboratórios e a especialistas, e passou a ser reconhecida pela sociedade brasileira como bem público, integrante da cidadania.

Ao realizar o levantamento, demos sequência a uma série histórica que vinha sendo produzida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) e Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) sobre a percepção da ciência e tecnologia no Brasil. 

A série, contudo, tinha realizado sua última coleta em 2019 e não tinha dados que se referiam ao atual contexto do país. 

Atualizamos os resultados para 5 perguntas relevantes com base nas respostas de 1,2 mil pessoas. 

A coleta dos dados foi feita em todo o país no final de janeiro, já parcialmente divulgado em matéria da Folha de S.Paulo.

Os entrevistados foram questionados sobre o nível de interesse por oito assuntos (sendo eles política, saúde, meio ambiente, arte e cultura, ciência e tecnologia, esportes, economia e religião), e os resultados apontam que as áreas de interesse que mais cresceram entre 2019 e 2022 foram ciência e política, enquanto reduziu-se o interesse por religião.

Essa mensuração não é casual. 

A atuação do governo federal na pandemia levou a uma "politização da ciência" e uma visibilidade pública de debates e posições contraditórias, onde, de um lado estava o governo e alguns médicos "cloroquiners", e, do outro, o restante dos cientistas e defensores do Sistema Único de Saúde (SUS) baseados em evidências.



FOLHA DE SÃO PAULO
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