No século
retrasado vimos o surgimento do mercado de previdência privada e, no passado, o
advento do mercado de capitalização.
Com
a criação da Superintendência Geral de Seguros, em 1901, e, posteriormente, com
a sua evolução para Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização,
em 1933, e o surgimento do Instituto de Resseguros do Brasil, em 1939, foi
possível alcançar a regulação desses importantes mercados (seguros, previdência
e capitalização).
Novo
aperfeiçoamento se deu com a criação, em 1966, do Sistema Nacional de Seguros
Privados, que congrega, especialmente, o Conselho Nacional de Seguros Privados
e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Infelizmente,
a evolução regulatória nesse setor tem sido retardada. Um exemplo típico é a
dificuldade de o sistema conseguir dar as garantias necessárias para os
consumidores em caso de quebras das empresas, bem como o elevado número de
fraudes que envolvem, especificamente, a regulação de sinistros.
Ao
se comparar com os países mais desenvolvidos, o mercado segurador brasileiro
tem uma participação muito pequena no PIB. Ainda assim, trata-se de um mercado
que administra quase R$ 1 trilhão em ativos para resguardar os interesses de
segurados, beneficiários e poupadores.
A
reforma previdenciária que se buscará no decorrer do ano de 2018 deverá trazer
profundo impacto para os mercados regulados pela Susep, especialmente nos
produtos de acumulação de recursos —previdência aberta— que no ano de 2017
tiveram uma receita de R$ 108 bilhões, além de R$ 760 bilhões de ativos
administrados.
Depois
da abertura do mercado de resseguros em 2006 e a maior profissionalização do
debate sobre o mercado segurador no âmbito do Ministério da Fazenda,
esperava-se que a Susep se tornasse, de fato, parte física da equipe econômica
do governo federal, o que até agora não aconteceu.
Talvez
este seja o momento de se repensar alguns seguros sociais sob uma perspectiva
privada, desonerando o Estado de sua administração e criando um novo mercado.
Nos
últimos anos, a autarquia conseguiu enfrentar difíceis temas como resseguros,
auto popular, seguro funeral, entre outros, mesmo com seus parcos recursos
humanos, financeiros e tecnológicos.
Isso
demonstra que ela está preparada para transferir-se para Brasília. Lá estará
integrada ao polo de decisão econômico e político do país e proporcionará maior
agilidade na elaboração das políticas públicas na fundamental área de seguros
privados