MERCADO DE TRABALHO


Trabalhadores que deixam mercado são pobres, jovens e de baixa qualificação.

Número de pessoas ocupadas ou buscando vaga cai e mascara dados de desemprego.

Os trabalhadores de menor renda, menos escolarizados e mais jovens foram os que mais contribuíram para a perda da taxa de participação no mercado de trabalho desde a pandemia de Covid-19.

Na comparação entre o quarto trimestre de 2019 e os primeiros três meses deste ano (dados mais recentes para esse nível de detalhamento), a perda de participação entre os trabalhadores vindo de domicílios com renda do trabalho por pessoa de até R$ 325 foi de 5,37 pontos percentuais.

Considerando-se a decomposição por faixa de renda, dos 2 pontos percentuais de queda da taxa de participação total, a faixa de menor rendimento contribuiu com -1,75 ponto.

Nesse mesmo comparativo, a participação das faixas de renda mais altas até subiu, apesar das dificuldades impostas pela crise sanitária. 

Ela aumentou 1 ponto percentual para os que ganham entre R$ 3.901 a R$ 6.500.

A taxa de participação mostra a força de trabalho —as pessoas ocupadas mais as que estão desocupadas— proporcionalmente à população em idade de trabalhar, aqueles com 14 anos ou mais.

Uma taxa de participação menor significa uma redução no número de pessoas trabalhando ou buscando trabalho. 

A queda também acaba mascarando os dados de desemprego, já que a taxa de desocupação torna-se mais baixa.

Após atingir 63,4% no trimestre de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia, o indicador teve recorde negativo no período de maio a julho de 2020, batendo em 56,7%. 

Com o avanço da vacinação e a reabertura de comércios e serviços, ela subiu para 62,7% de julho a setembro de 2022, mas voltou a cair, para 61,6% no primeiro trimestre de 2023.

desemprego no primeiro trimestre de 2023, segundo o IBGE, era de 8,8%. Caso a taxa de participação tivesse se mantido nos 63,4% do pré-pandemia, mais 3,4 milhões estariam na força de trabalho e o desemprego, então, seria de 11,3%, segundo estimativa dos pesquisadores.



FOLHA DE SÃO PAULO
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