BITCOIN


Bitcoin dispara 98% neste ano e atrai novos investidores.

Especialistas alertam para volatilidade da criptomoeda.

valorização recente do bitcoin como ativo e sua aceitação mais ampla como meio de pagamento vêm aumentando o interesse de investidores por criptomoedas.

Desde o início deste ano, por exemplo, o preço do bitcoin quase dobrou para US$ 58.192,36 (R$ 324,8 mil) —uma alta de 98,1%. 

O preço do Ethereum, segunda criptomoeda mais popular no mundo, por sua vez, quase triplicou no período, para US$ 2.118,38 (R$ 11,8 mil) --alta de 190%.

No início deste mês, o valor de mercado das criptomoedas em conjunto bateu um novo recorde, a US$ 2 trilhões (R$ 11,2 trilhões), segundo dados das empresas de acompanhamento CoinGecko e Blockfolio. 

O impulso veio tanto de investidores de varejo quanto de investidores institucionais.

Contribui para esse cenário também a perspectiva de escassez da oferta: o bitcoin já atingiu cerca de 85% do limite total previsto de 21 milhões de unidades mineradas (processo pelo qual se extrai um bitcoin).

"Cada vez mais o bitcoin acaba sendo visto como uma reserva de valor, principalmente em um cenário de adoção de novas tecnologias, no qual há uma demanda maior por formas mais diversificadas de investimento", afirma Ricardo Dantas, presidente da corretora de criptomoedas Foxbit.

Apesar da alta significativa nos preços das criptomoedas, no entanto, os executivos do setor também chamam atenção para os riscos atrelados ao investimento nesse tipo de ativo.

"A primeira coisa que o investidor precisa entender é que nunca deve investir em algo sobre o qual não tenha conhecimento. 

Bitcoin e criptomoedas no geral requerem estudos. 

Além disso, como qualquer ativo de risco, não é indicado alocar mais de 3% do patrimônio da carteira, principalmente para os iniciantes", afirmou Dantas.

O mesmo vale para as "altcoins", como são conhecidas as moedas digitais alternativas, e para os investimentos feitos em empresas que aplicam em bitcoins.

Em 2020, por exemplo, os tribunais de justiça receberam diversas ações de investidores que acabaram caindo nas chamadas pirâmides financeiras —prática ilegal que consiste em uma estrutura insustentável de repasses que, com a falta de novos participantes, deixa quem está na base sem nenhum recurso.

"Para evitar cair nesses esquemas, a dica é nunca acreditar em promessas malucas ou milagrosas. Nenhum investimento garante ganhos estratosféricos e o mesmo vale para as criptomoedas. 

Antes de alocar algum recurso, é preciso entender a estratégia da empresa para ter certeza de quais os riscos que ela está tomando".



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br