Tecnologia moderniza reciclagem, mas trabalho
humano é indispensável, dizem especialistas.
Agenda ESG e
logística reversa abrem mercado de reciclagem para startups.
Indispensável na
gestão do lixo e cada vez mais valorizada à medida que a crise climática bate à
porta, a cadeia da reciclagem passou as últimas décadas praticamente incólume à
revolução digital.
Esse cenário começou a mudar recentemente, na medida em que startups identificaram
oportunidades de negócio na área.
A introdução da
tecnologia, porém, não exclui a enorme quantidade de trabalhadores envolvidos
na atividade, indispensáveis para a qualidade da reciclagem, segundo
especialistas.
Um desses exemplos está em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Ali, da calçada da marginal Córrego Cadaval, o pedestre mal consegue acompanhar
os apressados carros que atravessam a via.
Há um veículo, porém, que de hora em
hora desponta no horizonte em passos lentos.
São carroças com muito mais peso do que deveriam carregar:
papelão, garrafas e latinhas lotam a traseira dos carrinhos de catadores de
recicláveis.
Eles vêm para descarregar parte do volume que coletaram nas ruas
da cidade da Grande São Paulo.
O destino, porém, não é um ferro velho, mas uma
startup —a Green Mining.
Desde o final de 2021, funciona ali uma estação que paga pelo
menos seis vezes mais ao catador por garrafas de vidro —resíduo de
matéria-prima abundante e, por isso, de menor valor na cadeia de reciclagem.
A estação Preço de Fábrica, como foi batizada, é um dos projetos
da Green Mining.
Em outro, os próprios funcionários da startup buscam os
materiais em bares e restaurantes da região.
FOLHA DE SÃO PAULO