Tesouro vê dívida pública passar de R$ 4,4 tri, com
prazo menor e juros longos mais altos.
Por outro lado,
participação de estrangeiros na dívida pública cresce e custo de estoque
diminui.
A dívida pública
federal aumentou 1,56% e chegou a R$ 4,412 trilhões em agosto.
Apesar de certos
indicadores mostrarem melhora devido a um ambiente externo mais favorável, o
Tesouro Nacional afirma que há incerteza de investidores sobre as contas públicas brasileiras, o que
tem limitado os números e pressionado taxas de juros no longo prazo.
“No mercado
doméstico, a gente não viu um cenário tão favorável quanto
no mercado externo”, afirmou Luis Felipe Vital, coordenador-geral de operações
da dívida pública do Tesouro.
“A gente viu a curva de juros subir mais uma vez,
principalmente nos vértices mais longos. Ou seja, a curva de juros ganhando
inclinação, com investidores mostrando maior preocupação com o cenário fiscal”,
disse.
O CDS (Credit Default
Swap, indicador de risco do país) de 5 anos registrou redução considerada
marginal (de 1,3%), ficando em 215 pontos ao fim do mês.
Pares emergentes como
Colômbia, Chile, Peru e México mostraram Em meio ao cenário, os investidores
estrangeiros aumentaram a participação na dívida pública federal interna de
9,04% em julho para 9,4% em agosto, após cinco meses seguidos de queda.
Apesar
disso, o Tesouro vê o movimento como pontual.
“Em momentos em que
a taxa de juros, combinada com a taxa de câmbio, atinja níveis mais atrativos,
a gente pode ver maior fluxo principalmente daquele investidor com mais
flexibilidade”, afirmou Vital.
“Mas quando a gente olha a figura maior, nos parece uma
entrada muito mais pontual, relacionada a taxas, do que um fluxo consistente
que já vimos no passado e esperamos ver num futuro próximo. Isso claramente
depende do avanço na consolidação fiscal”, disse.
Ao longo de agosto,
o Tesouro foi ao mercado e fez uma emissão líquida de R$ 31,9 bilhões.
Houve
melhora no percentual de vencimentos da dívida total para os próximos 12 meses,
que diminuiu de 22,09% em julho para 21,65% em agosto.
Por outro lado, o
prazo médio da dívida total caiu de 3,94 anos em julho para 3,9 anos em agosto.
Segundo o Tesouro, atualmente há preferência dos investidores por ativos menos
arriscados e mais líquidos no mercado doméstico de títulos públicos.
O custo médio
acumulado da dívida total nos últimos doze meses caiu de 8,73% ao ano em julho
para 8,54% ao ano em agosto
FOLHA DE SÃO PAULO