Medidas econômicas do governo e
queda dos juros abrem espaço para forte alta da Bolsa.
Projeções
indicam Ibovespa entre 125 mil e 140 mil pontos nos próximos seis a 12 meses.
A
perspectiva do início iminente do ciclo de queda dos juros pelo BC (Banco Central) em
agosto, ou no mais tardar em setembro, tem injetado ânimo nos
investidores quanto ao potencial desempenho positivo das ações na Bolsa de
Valores nos próximos meses.
A
aprovação pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) do novo regime de meta de inflação reforçou
ainda mais a expectativa dos agentes financeiros em relação à redução da taxa
Selic no curto prazo.
As taxas dos juros futuros, que embutem as apostas do
mercado sobre a condução da política monetária, tiveram forte queda na
sexta-feira (30).
As
projeções de bancos e corretoras para o Ibovespa, o principal índice acionário da B3,
variam entre os 125 mil e os 140 mil pontos para os próximos seis a 12 meses, o
que embute um potencial de valorização de quase 20% no caso das estimativas
mais otimistas.
Incorporando a
melhoria do cenário macroeconômico desde o início do ano, no acumulado do
primeiro semestre, o Ibovespa teve valorização de 7,6%, aos 118.087 pontos.
O
que não significa que o potencial de alta tenha se esgotado.
O banco SANTANDER conduziu um estudo que buscou analisar o
comportamento da Bolsa nos últimos nove ciclos de corte de juros, entre 1999 e
2020.
O trabalho indicou que, 12 meses após o primeiro corte, a Bolsa
subiu, em média, 21%.
E que, passados 24 meses, a alta média das ações sobe
para 43%. "Os ciclos de redução dos juros são muito poderosos para a
performance da Bolsa", afirma a especialista.
Juros mais baixos se refletem em um custo de capital menor para
as empresas tocarem suas operações, com queda nas despesas financeiras para
fazer frente ao pagamento dos juros, e provável revisão para cima nos
crescimentos dos lucros.
FOLHA DE SÃO PAULO