Governo quer taxar todos os
usuários de internet para bancar agência de R$ 600 mi.
Projeto do GSI tem custo estimado de R$ 600 mi; cobrança corresponderia
a 1,5% do valor pago por internautas para acessar a rede.
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) elaborou uma
proposta de Política Nacional de Segurança Cibernética, que prevê a criação de
uma agência para melhorar a governança da atividade.
Para financiar o projeto,
com custo anual de quase R$ 600 milhões quando plenamente implementado, o órgão
ligado à Presidência quer cobrar dos usuários uma taxa pelo uso da internet.
"Esta política já vem sendo
estudada há algum tempo. Estamos, logicamente, refinando. Esperamos que, neste
ano, ainda seja apresentado ao Congresso", disse à Folha o
ministro do GSI, general Marco Antonio Amaro dos Santos.
"Quando se apresenta um
projeto de lei que gera despesa, tem de apresentar uma fonte para cobertura
dessa despesa.
Razão pela qual também estão sendo indicadas algumas
possibilidades que o Congresso terá de estudar, avaliar se é conveniente, se
existem outras fontes para serem utilizadas para sustentar a criação dessa
agência", acrescentou.
O texto já foi apresentado aos
ministérios da Justiça, da Fazenda, do Planejamento, de Ciência e Tecnologia e
de Gestão. Agora, passará pelo crivo jurídico da Casa Civil e, depois, do
presidente Lula (PT).
Por se tratar da criação de uma
política nacional, terá de ser aprovada pelo Congresso, por meio de um projeto de lei. Há
ainda o prazo de um ano para ser instalada a agência, após a nova regra entrar
em vigor.
De acordo com a proposta, a taxa
de cibersegurança –chamada de TCiber no projeto em estudo– corresponderá a 1,5%
do valor pago pelos internautas para ter acesso à rede, em conceito similar à
taxa de iluminação pública, cobrada diretamente na fatura da conta de luz.
Segundo os cálculos do órgão, no
caso de um usuário que gasta R$ 70 por mês com internet, por exemplo, a taxa
sairia ao custo de R$ 1,05.
FOLHA DE SÃO PAULO