Expectativas de juros e inflação aumentam pelo
mundo, e mercado teme estagflação.
Taxas
e preços em alta e crescimento mais lento da economia derrubam Bolsa.
As ações americanas, europeias e brasileiras caíram
acentuadamente em meio às expectativas de aumento das taxas de juros e
da inflação, combinadas com o crescimento econômico mais lento, que derrubaram
a política monetária branda e a narrativa de recuperação que sustentou os
preços dos ativos durante meses.
O índice de ações de grandes empresas S&P 500
em Wall Street caiu 2,04%, enquanto o Nasdaq Composite, forte em tecnologia,
baixou 2,83%.
Os declínios dos dois índices foram as piores perdas diárias
desde maio, com mais de 85% das ações do S&P 500 em baixa durante o dia.
O
índice europeu Stoxx 600 fechou em queda de 2,2%.
No Brasil, o Ibovespa caiu 3,05%, a 110.123 pontos, e o dólar subiu 0,87%, a R$
5,4260
O rendimento dos papéis do Tesouro americano
para 10 anos, que servem de referência para custos de financiamento para
empresas e famílias no mundo todo, subiu 0,04 ponto percentual, para 1,53%,
nível não visto desde junho.
O rendimento de títulos do governo americano de
curto prazo, que se move inversamente aos preços, subiu na última semana para
acompanhar aumentos de taxas previstos pelos bancos centrais dos Estados Unidos
e do Reino Unido.
Os formuladores de políticas sinalizaram cada vez mais sua
disposição a começar a retirar o estímulo
monetário da era pandêmica diante
da inflação persistentemente alta.
Títulos de prazo maior, que se movem com a
inflação e expectativas de crescimento, também foram liquidados drasticamente.
FOLHA DE SÃO PAULO