INVESTIMENTOS


Investimento chinês no Brasil triplica em 2021 e torna país principal destino de aportes.

Em meio a campanha, gigante asiático é alvo de críticas de Guedes e Lula.

Com novos projetos e grandes aquisições, principalmente nos setores de energia e tecnologia da informação, o investimento de empresas chinesas no Brasil mais que triplicou em 2021, retornando ao patamar pré-pandemia.

Embora o resultado esteja influenciado pela base fraca de comparação com 2020, os números mostram que o país foi o principal destino do capital chinês no ano passado.

Entre as operações de destaque estão os aportes de recursos feitos pela Tencent em fintechs e startups como Nubank, QuintoAndar e Cora; a aquisição da companhia de transmissão de energia do Rio Grande do Sul pela State Grid e a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela Great Wall Motors, além dos investimentos bilionários das gigantes chinesas de petróleo na Bacia de Santos.

A presença dos chineses no Brasil também ganhou destaque na campanha presidencial. 

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou a empresários não querer "a ‘chinesada’ entrando aqui quebrando nossas fábricas, nossas indústrias, de jeito nenhum".

O ex-presidente Lula (PT) também manifestou a empresários preocupação com o avanço do país asiático na fabricação de produtos manufaturados e disse que a China "está ocupando o Brasil", "tomando conta do Brasil".

Relatório do Conselho Empresarial Brasil-China que será divulgado nesta quarta-feira (31) mostra que o investimento do país asiático em território nacional somou US$ 5,9 bilhões em 2021, valor 208% superior ao de 2020 em termos nominais, ano de queda por causa da pandemia, e o maior em quatro anos —os números não consideram a inflação, que no ano passado foi de 7% nos EUA.

Na América do Sul, desconsiderando o Brasil, os investimentos chineses cresceram 30% no ano passado. Em todo o mundo, a alta foi de apenas 3,6%.

O Brasil foi o país que mais recebeu investimentos da China no período, com participação de 13,6% do total. Desde 2005, foi o quarto maior receptor (4,8% do total).



FOLHA DE SÃO PAULO
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