Após o rebaixamento do rating do Brasil pela
S&P de ‘BB’ para ‘BB’, os economistas do UBS Tony Volpon (ex-Banco Central)
e Fabio Ramos escreveram em relatório que “o excepcional estado da economia
global minimiza o impacto no mercado de recentes desapontamentos fiscais e
ações negativas de ratings”.
Os especialistas apontam também no documento que
discordam da visão da agência de classificação de risco sobre uma possível
dificuldade de aprovação das reformas pelo próximo governo após as eleições de
outubro. “Acreditamos que a maioria dos participantes do mercado compartilham
nossa visão de que os incentivos para que o governo recém eleito tente aprovar
as reformas serão muito fortes”.
Na avaliação dos economistas do UBS, o maior risco
para o país permanece sendo uma “inesperada deterioração nas condições globais,
que, como em 2015, provavelmente provocaria uma visão menos benigna dos
investidores sobre as condições fiscais do país, ou a possibilidade de sucesso
de candidatos claramente opostos à consolidação fiscal durante o ciclo
eleitoral”.
Já a equipe de renda fixa de pesquisa do BTG
Pactual questiona se o rebaixamento “pode ajudar a despertar os políticos para
a realidade fiscal do país e impulsionar as reformas”.
Em seu relatório os profissionais do BTG Pactual
preveem o impacto do rebaixamento do rating soberano para as companhias
brasileiras. Provavelmente perderão o rating grau de investimento Raizen, Globo
e Braskem. Já Fibria, Vale, Gerdau, Embraer e BRF não devem ter seu rating grau
de investimento afetado pela ação recente da S&P. Cosan, Eletrobras,
Ultrapar, Votorantim, Banco do Brasil e empresas do setor de infraestrutura,
por sua vez, devem ter seus ratings rebaixados em uma nota após a mudança no
rating soberano do Brasil, avaliam os especialistas do BTG Pactual.
VALOR