A presidente do Chile, Michelle
Bachelet, propôs no final da terça-feira uma série de reformas no sistema
previdenciário que exigiria contribuições mais altas de empregados e
trabalhadores autônomos para fortalecer os pagamentos dos aposentados.
O anúncio televisionado de Bachelet
ocorreu no momento em que os seis fundos de pensão do país, que administram 160
bilhões de dólares em ativos, passaram a ser alvo de manifestantes segundo os
quais eles não garantem uma velhice digna e só perpetuam a desigualdade.
Bachelet propôs um aumento de 5 pontos
percentuais à contribuição atual de 10 por cento dentro de 10 anos que seria
financiado exclusivamente pelos empregadores. As contribuições de trabalhadores
autônomos se tornariam obrigatórias gradualmente, disse ela.
"Este aumento nas contribuições
nos permitirá criar um pilar de poupança coletiva solidária. Uma parte dele
permitirá aumentar as aposentadorias atuais e a outra parte será usada para
garantir mais igualdade nas aposentadorias futuras dos atuais trabalhadores que
contribuem", afirmou Bachelet.
Os trabalhadores terão mais voz nas
decisões de investimento feitas pelos fundos de pensão, conhecidos como AFPs,
que seriam obrigados a restituir os contribuintes após períodos de perdas,
disse a presidente, cujo índice de aprovação chegou a uma mínima recorde em
junho.
Bachelet
também sugeriu eliminar taxas ocultas cobradas pelos fundos, usar uma tabela
única de mortalidade para homens e mulheres e fortalecer um programa que
proporciona uma aposentadoria mínima para os chilenos que não trabalharam ou contribuíram
para um fundo.
Extra