ARRECADAÇÃO FEDERAL


Arrecadação federal chega a R$ 897 bilhões no primeiro semestre, recorde em 22 anos.

Governo usa avanço para desbloquear recursos e defender reforma com impacto fiscal negativo.

arrecadação federal chegou a R$ 896,8 bilhões no primeiro semestre de 2021, o melhor resultado para o período na série histórica (iniciada em 1995, mas padronizada em 2000).

O dado foi apresentado nesta quarta-feira (21) pela Receita Federal e representa um crescimento real de 24% sobre o mesmo período do ano passado. 

Na comparação com o mesmo intervalo de 2019 (antes da pandemia), o avanço é de 6,1%.

A Receita afirma que contribuíram para o resultado fatores como o desempenho de indicadores da economia (como a produção industrial), o maior recolhimento de empresas e a maior atividade no comércio exterior com a desvalorização do real frente ao dólar.

No semestre, praticamente todos os itens mostraram crescimento. 

Os principais em termos absolutos foram tributos aplicados a empresas, como PIS, Cofins, IRPJ e CSLL (com avanço real somado superior a 30% contra um ano antes, para R$ 362 bilhões).

Também houve avanço significativo na receita previdenciária, ligada ao mercado de trabalho —crescimento de 18%, para R$ 219 bilhões.

Em junho, o resultado da arrecadação foi de R$ 137,1 bilhões –segundo melhor resultado para o mês (avanço real de 47% contra um ano antes e de 3,7% contra igual período de 2019). 

Nesse caso, o resultado foi explicado principalmente por fatores não recorrentes (como recolhimentos extraordinários de aproximadamente R$ 20 bilhões de tributação sobre lucro e faturamento de empresas).

A arrecadação tem vindo acima do esperado inicialmente pelo governo para 2021. 

A diferença entre a última projeção divulgada para o ano e o calculado no Orçamento é de R$ 157 bilhões.

O Ministério da Economia vai divulgar uma projeção atualizada para a arrecadação até quinta-feira (22) por meio do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas. 

O ministro Paulo Guedes (Economia) diz que devem entrar nos cofres R$ 200 bilhões a mais do que no ano passado (ano de chegada da pandemia).



FOLHA DE SÃO PAULO
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