LEI DE PARETO


Desigualdade cresce e 1% no topo da pirâmide do Brasil concentra metade da riqueza.

Número de milionários deve aumentar 74,4% até 2025, segundo relatório do Credit Suisse.

Quase metade da riqueza total do Brasil, ou 49,6%, foi parar nas mãos do 1% mais rico no ano passado, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. 

Há 20 anos, o topo da pirâmide detinha 44,2%.

Os dados fazem parte do relatório de Riqueza Global, que é publicado uma vez por ano pelo banco Credit Suisse. 

Na comparação entre dez países, apenas o topo da pirâmide da Rússia conseguiu concentrar mais riqueza do que a elite no Brasil.

Um movimento parecido ocorreu na maioria dos países analisados, sendo que apenas na França e na Alemanha a fatia concentrada pelo topo caiu.

Segundo o relatório, durante a segunda e terceira ondas da pandemia, no fim de 2020 e início deste ano, o Brasil se destacou em número de casos, em comparação com a região e o resto do mundo.

O documento também aponta que o Brasil entrou na pandemia com uma dívida pública que corresponde a 87,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 e viu um aumento para 98,9% do PIB no ano seguinte.

"Apesar de ter um presidente cético [em relação ao vírus], o Brasil forneceu pagamentos de auxílio emergencial consideráveis ​​para pessoas de baixa renda, empurrando seus gastos relacionados à pandemia para 7% do PIB."

O relatório também recorda que a desigualdade de riqueza é alta na América Latina, especialmente no Brasil, que possui um dos maiores níveis de desigualdade no mundo.

"O coeficiente de Gini do país [que mede a desigualdade] era quase cinco pontos acima do que era em 2000. E também é preocupante que a parcela de riqueza detida pelo 1% do topo agora é quase metade, ante 44,2% em 2000."

Um relatório recente da ONU (Organização das Nações Unidas) vê o agravamento da desigualdade com pandemia da Covid-19, aliado ao baixo crescimento do Brasil e de seus vizinhos latinos. 

Segundo o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a América Latina está presa em uma espécie de "armadilha de desenvolvimento".

 

 



FOLHA DE SÃO PAULO
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