Primeiros anúncios
de relatório da Previdência assustam mercado, e Bolsa cai. Dólar e juros
futuros também avançaram, reflexo do noticiário negativo
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A Bolsa brasileira
recuou quase nesta quarta-feira (12), queda iniciada pelas primeiras
divulgações do que deve mudar no texto da reforma da Previdência, no
começo da tarde. A versão oficial do relator da comissão especial será
conhecida nesta quinta (13).
Estados e
municípios devem ficar de fora da reforma e os ajustes em idades de
aposentadoria e regras de transição devem derrubar a economia prevista para R$
850 milhões, abaixo do R$ 1,2 trilhão previsto inicialmente pelo governo
Bolsonaro.
Duas informações
que, juntas, tiraram o mercado da relativa estabilidade rumo ao campo negativo.
O Ibovespa,
principal índice acionário do país, cedeu 0,64%, a 98.320 pontos, se afastando
das máximas da véspera. No pior momento, o índice chegou a perder quase 1%.
“O mercado estava
sem graça, no zero a zero. Ontem [terça], tinha sido um dia bom. Na hora que
ele [Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados] comentou a questão de
governadores e prefeitos, caiu”, diz Alexandre Espírito Santo, da Órama
Investimentos.
O exterior
negativo também ajudou a conduzir a queda da Bolsa brasileira nesta quarta. Os
principais índices globais cederam.
A situação fiscal
de estados e municípios também preocupa investidores, e a inclusão desses
servidores na reforma tem causado ruído político.
Com a definição de
que eles não devem entrar nas novas regras, houve tanto uma preocupação com a
questão orçamentária quanto uma sinalização de dificuldades políticas de
negociação.
Já o valor da
economia estimada causou desconforto, mas menor. Na prática, analistas do
mercado financeiro contam com uma desidratação da magnitude anunciada, reflexo das
concessões necessárias para a aprovação da reforma.
O dólar avançou,
em movimento semelhante ao da Bolsa. Subiu 0,51%, a R$ 3,87. Os juros futuros
também passaram por correção e subiram, após a forte queda da véspera.
FOLHA DE SÃO PAULO