Está chegando o primeiro Guia
de Melhores Práticas de Equidade de Gênero e Raça para Entidades Fechadas de
Previdência Complementar. A iniciativa é do Fórum Pró-Equidade, que é um
âmbito de intercâmbio de experiências e ações formado por uma dezena de
entidades, entre elas, Real Grandeza, Funcef e Petros, entre outras. O projeto
do novo guia vai chegar pelas mãos da Comissão Técnica Nacional (CTN) de
Sustentabilidade da Abrapp.
A primeira fase do projeto
consiste no envio de um questionário para coletar informações entre as
entidades. Em seguida, os dados serão reunidos e analisados por membros do
Fórum e por representantes da CTN. A expectativa é publicar o manual de boas
práticas no 38º Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada,
que será realizado em outubro em São Paulo.
“O objetivo do novo guia é
incentivar ações e informações que contribuam para reduzir as desigualdades de
gênero e de raça em todo o segmento de entidades fechadas”, comenta Raquel
Castelpoggi, Coordenadora do Fórum de Equidade de Gênero e Raça das entidades e
Coordenadora da CTN de Sustentabilidade da Abrapp. Ela é também responsável
pelo programa de responsabilidade sócio-ambiental da Real Grandeza.
A representante explica que
as práticas de equidade fazem parte dos princípios ASG (Ambientais, Sociais e
de Governança), mais especificamente os do “S”, que se referem aos critérios
sociais. Em outras palavras, esse trabalho tem o objetivo de promover maior
equidade entre homens, mulheres e pessoas de todas as origens étnicas dentro do
ambiente corporativo.
O setor de previdência
fechada tem avançado a passos largos na exigência de adoção de critérios ASG
nas empresas investidas nos últimos anos. Além do avanço nos aspectos ambiental
e de governança, Raquel ressalta a importância de ganhar terreno também em
relação aos princípios sociais de equidade, como por exemplo o empoderamento
das mulheres. “Se queremos cobrar ações das empresas investidas, nós também
temos que praticá-las em nossas entidades”, diz Raquel.
Prêmio da ONU – A Real Grandeza é uma
das pioneiras na adoção de práticas de equidade no setor. A entidade criou um
programa específico para tratar do tema em 2009 e, desde então, tem instituído
ações como a licença maternidade de 180 dias e paternidade, de 10 dias – acima
do mínimo exigido pela legislação trabalhista. Mais recentemente, implantou uma
sala de apoio à amamentação que funciona dentro da fundação. Com isso, a Real
Grandeza tem obtido e renovado o Selo Pró-Equidade do Governo Federal desde
2010. A certificação é um programa realizado pela Secretaria de Políticas para
Mulheres (SPM).
O principal reconhecimento
veio no ano passado, com a seleção para a fase final do prêmio WEP Brasil. O
prêmio tem reconhecimento da ONU e está direcionado para as corporações que
promovem ações para o empoderamento de mulheres (em inglês, Women Empowerment
Principles). Além de ser finalista, a Real Grandeza acabou com o troféu de
bronze (terceira posição) na categoria de grande porte, tendo concorrido no
meio de grandes empresas. “Foi uma surpresa muito grande, ficamos muito
emocionados em receber o prêmio mesmo concorrendo com grandes organizações”,
diz Raquel.
Responsabilidade
compartilhada – A Funcef tem realizado uma série de ações que também levou a
entidade a conquistar o Selo Pró-Equidade do Governo Federal. A licença
maternidade de 6 meses é um exemplo de prática que vai nessa direção. Outra
mudança preparada pela fundação é o projeto de abono de horas para que tanto as
mães quanto os pais possam participar das reuniões escolares dos filhos.
“Estamos trabalhando para
possibilitar o abono de horas para que os pais e mães possam participar da
reunião da escola. Com o objetivo de incentivar as responsabilidades
compartilhadas, o benefício está voltado tanto para os homens quanto para as
mulheres”, explica Aglaene Brandão Silva, Analista de Controles Internos e
responsável pelo programa de equidade da Funcef.
A profissional comenta que
outro projeto é promover o funcionamento permanente do comitê de equidade da
Fundação que, atualmente, funciona apenas na época de preparação para o Selo.
Fórum de entidades – Criado em 2011, o Fórum
de Equidade e Diversidade tem o objetivo de promover o intercâmbio de ações e
experiências entre as entidades fechadas. A mais nova adesão ao âmbito ocorreu
com a entrada da Fundação Copel no início deste ano.
“Montamos o comitê da equidade há cerca de dois anos e estamos nos
preparando para conseguir o Selo da Secretaria de Mulheres. Por isso, sentimos
a necessidade de conhecer as experiências de outras fundações”, diz Maria Elena
Almada, Secretária Executiva da Diretoria da Fundação Copel. Ao procurar outras
entidades, a equipe da Copel ficou sabendo dos trabalhos da CTN de
Sustentabilidade da Abrapp e, em seguida, conheceu o Fórum Pró-Equidade, ao
qual decidiu participar ativamente.
Diário da Previdência Complementar Fechada