O ritmo de
investimentos dos fundos de private equity diminuiu no ano passado, mas, em
compensação, aumentou o ritmo de captação de novos recursos. Com essa
combinação, os fundos entraram o ano com um dos maiores volumes históricos de
capital disponível para compras, de R$ 39,3 bilhões. "Esse volume iguala o
montante recorde que os fundos tinham em 2015", disse Marco André Almeida,
sócio da KPMG, que apresentou os dados ontem no Congresso da Associação
Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), em São Paulo. .
Apenas em novas
captações no ano passado foram R$ 13,6 bilhões, alta de 161% em relação ao
volume levantado em 2017, somando fundos de private equity e de venture
capital. A redução dos investimentos ocorreu apenas nos fundos de participação
de maior porte, de 48%, enquanto os que investem em empresas de inovação e em
estágios iniciais tiveram aumento de aquisições - com isso, a soma de
investimentos dos dois segmentos apontou queda de 11% no ano.
"Houve
retração de investimentos em 2018 devido ao período eleitoral e à maior
variação de câmbio, o que fez com que os fundos segurassem parte das
aplicações", disse Fernando Borges, vice-presidente da Abvcap e chefe da
gestora Carlyle no Brasil.
"Mas a
perspectiva é de aumento de investimentos este ano. Não vemos a reforma da
Previdência como binária para o private equity como é para outros
setores", disse Piero Minardi, presidente da Abvcap e chefe da gestora
Warburg Pincus no Brasil. "Para investimentos, é um bom momento, já que os
ativos podem ficar mais caros depois da reforma", complementou Borges
VALOR ECONÔMICO