Crescimento de financiamento de imóveis e veículos
acima da média gera preocupação no BC.
Segundo ata de reunião, inflação em
países desenvolvidos pode diminuir investimento em emergentes.
Os financiamentos de imóveis e veículos têm crescido acima da média nos
últimos anos, estimulados principalmente pela queda da taxa básica de juros
(Selic), que barateou as linhas de crédito.
Segundo a ata da reunião do Comef
(Comitê de Estabilidade Financeira) do Banco Central, divulgada nesta
terça-feira (8), o movimento merece atenção.
O documento afirma que os bancos aumentaram o
apetite por crédito com maior risco de calote. Essas operações têm rentabilidade maior que as mais
conservadoras.
"O apetite ao risco das instituições
financeiras tem aumentado em algumas modalidades de crédito voltados para
famílias.
Os volumes mensais das contratações no crédito imobiliário têm sido os maiores dos últimos anos, estimulados
principalmente pelo nível historicamente baixo das taxas de juros
cobradas", pontuou o texto.
Em relação ao financiamento de veículos, o BC
disse que, especialmente nos carros usados, os prazos foram alongados e houve
elevação no valor da parcela.
"Comef avalia que, diante do ambiente ainda
incerto, é importante que os intermediários financeiros continuem preservando a
qualidade das concessões", alertou.
Outro ponto de atenção citado na ata é o
aumento da inflação em países desenvolvidos. Na avaliação do comitê, o
movimento pode diminuir o fluxo de investimentos em economias emergentes.
Para o BC, a inflação nas economias avançadas
traz riscos de deterioração abrupta da condição monetária global, "que
poderia levar a reprecificação desordenada dos ativos, aumento da aversão ao
risco e reversão dos fluxos de capital para economias emergentes".
FOLHA DE SÃO PAULO