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Queda das ações da Petrobras volta a pesar na Bolsa.

Crise doméstica freia recuperação do mercado em dia positivo no exterior.

A queda das ações da Petrobras voltou a prejudicar desempenho da Bolsa de Valores brasileira nesta terça-feira (21), dia em que o governo de Jair Bolsonaro (PL) deu continuidade às ofensivas contra a companhia após o aumento dos combustíveis na semana passada

Insatisfeitos com o impacto eleitoral da política de preços da estatal, que acompanha o mercado internacional e é influenciada pela variação do petróleo e do dólar, governistas insistiram em iniciar uma CPI para investigar a empresa e em alterar a Lei das Estatais para flexibilizar critérios para indicações de membros de conselhos e diretoria de empresas públicas.

O Ibovespa, indicador de referência da Bolsa, caiu 0,17%, a 99.684 pontos. 

O recuo do mercado doméstico ocorreu mesmo diante de um cenário global de menor aversão ao risco e recuperação das principais bolsas, o que colaborou para a queda de 0,67% do dólar, cotado a R$ 5,1530.

O viés negativo voltou ao mercado financeiro local na tarde desta terça após uma manhã de ligeira alta na Bolsa, com parte dos seus participantes considerando que a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central não trouxe um tom mais agressivo do que o esperado.

A ata com os registros da reunião do Copom demonstrou, porém, que a autoridade permanece preocupada com a inflação e, por isso, deverá subir novamente os juros em agosto.

Pouco otimista quanto ao fim do aperto monetário, Roberto Ivo, professor de economia da Escola Politécnica da UFRJ, considera que a inflação seguirá pressionando as decisões do BC.

"Não vejo a possibilidade de uma Selic abaixo dos 14% neste ano. 

Temos uma pressão inflacionária interna muito forte, a inflação dos combustíveis líquidos e os problemas nas cadeias de suprimentos, que não estão resolvidos porque a Covid ainda provoca restrições em algumas regiões da China, como Xangai e Wuhan", disse.

O indicador de referência da Bolsa de Nova York, o S&P 500, subiu 2,45%. Dow Jones e Nasdaq ganharam 2,15% e 2,51%, respectivamente.



FOLHA DE SÃO PAULO
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