Mercado aposta que
reforma fará investidor olhar para a aposentadoria complementar
Depois
de um ano arrastado para a previdência privada no Brasil, com as incertezas
eleitorais e o juro em um dígito turvando o cenário para investimentos, o setor
deve ganhar novo fôlego em 2019, com a retomada das discussões sobre as
mudanças na aposentadoria oficial.
Neste ano, as
turbulências domésticas, entre elas uma paralisação de caminhoneiros que pegou
todos de surpresa no segundo trimestre e contribuiu para a desaceleração da
economia brasileira, acabaram afetando a captação líquida dos planos de
previdência. Até outubro, a diferença entre os depósitos e os resgates desses
planos estava positiva em R$ 28,5 bilhões. O número representa uma queda de
35,87% em relação ao mesmo período de 2017.
O alto
endividamento das famílias, em um cenário de desemprego alto, ainda em dois
dígitos --a taxa fechou o trimestre encerrado em outubro em 11,7%, segundo o
IBGE--, contribuiu para a desaceleração da captação, afirma Myrian Lund,
planejadora financeira da associação Planejar.
Até
setembro, os fundos de previdência de renda fixa acumulavam valorização de
4,1%. A Selic começou o ano em 7% e, desde março, está em 6,5%.
O mercado prevê que
fique em 7,75% no ano que vem.
FOLHA DE SÃO PAULO