Suspeita de corrupção na Saúde, Covid, luz mais
cara e reforma do IR empurram dólar de volta aos R$ 5.
Denúncias
podem enfraquecer o governo e aumento na energia pode pressionar por alta dos
juros, dizem analistas
A CPI da Covid, a crise da Covaxin, a cepa delta do coronavírus, a conta de energia elétrica mais cara e
a reforma tributária proposta pelo governo deixaram o mercado
agitado e empurraram o dólar de volta para R$ 5 nesta
quarta-feira (5).
Por volta das 14h50, a moeda subia 1,1%, a R$
4,9970. Na máxima, foi a R$ 5,024, segundo dados da CMA.
O Ibovespa recuava
0,54%, a 126.634,10 pontos.
A revelação pela Folha na noite desta terça-feira (30) que o
então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias
–exonerado na terça, após a reportagem– teria pedido a um vendedor propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19 em
troca de um contrato com o Ministério da Saúde contaminou ainda mais o cenário.
Investidores também aguardam dados sobre o mercado de
trabalho americano, que podem influenciar a direção da política monetária do
país e, consequentemente, o preço do dólar.
O maior peso para o dólar nesta quarta, porém, é o da formação
da Ptax (taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base na média do
mercado) de fim de mês.
A taxa é usada como referência do câmbio. Ela é calculada diariamente pelo BC
com base na média de compra e venda do mercado.
A autarquia consulta esta média
quatro vezes ao dia: entre 10h e 10h10; entre 11h e 11h10; entre 12h e 12h10; e
entre 13h e 13h10.
Na última consulta, o dólar Ptax estava a R$ 5,0074, com a média
desta quarta a R$ 5,0022, ambos na venda.
Investidores também olham para o impacto das mudanças propostas
pelo governo federal no Imposto de Renda e para a crise hídrica.
FOLHA DE SÃO PAULO