CEF


Conselheira da Caixa diz que Guimarães era agressivo: 'Ouvia gritos'.

Rita Serrano, atual conselheira de administração da Caixa, entende que o assédio moral dentro do banco piorou durante os últimos 3 anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Em entrevista ela relatou momentos de agressividade do ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães - que saiu do cargo após denúncias de assédio moral e sexual, que serão investigadas.

"O presidente da Caixa tem uma postura interna que é de uma pessoa agressiva. Passei por momentos complicados no conselho. Sou a única eleita e sou a única voz destoante. 

Votei contra projetos da atual gestão do banco. 

Sempre tive opinião crítica sobre os rumos do governo. 

Em alguns momentos tive que ouvir gritos e bater na mesa. Várias vezes perguntei se ele ia desrespeitar minha representação. Eu estava representando os trabalhadores do banco e, como conselheira, ele tem um voto e eu tenho um voto. 

Então é uma relação de iguais. Tive que me impor em discussões para fazer valer minha opinião. Essa postura agressiva dele eu relatei várias vezes, com entidades apoiando minha postura.

A conselheira disse que não sabia das denúncias de assédio sexual e tinha ouvido apenas "rumores". 

Mas ressaltou que o assédio moral era constante e contou como isso acontecia. "O assédio moral é constante e as condições pioraram. 

Recebo reclamações e já cobrei do banco. O assédio moral existia em gestões anteriores. 

Mas ocorre que nesses três últimos anos esse processo piorou drasticamente, a ponto de funcionários relatarem que não podiam usar roupa vermelha, de serem submetidos à situação constrangedora de ter que fazer flexão. Isso ampliou no último período", relatou ela.



FOLHA DE SÃO PAULO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br