Os
aportes efetuados por titulares dos planos abertos de caráter previdenciário no
acumulado de 2016, mantiveram o ritmo de desempenho de 2015. Os aportes
efetuados por titulares dos planos abertos de caráter previdenciário somaram R$
114,72 bilhões no acumulado de janeiro a dezembro de 2016, representando
crescimento de 19,93% em relação aos aportes registrados em 2015, quando foram
aplicados R$ 95,65 bilhões, de acordo com dados informados pela FenaPrevi
(Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que representa 67
seguradoras e entidades abertas de previdência complementar.
Segundo
Edson Franco, presidente da FenaPrevi, não houve mudança no ritmo de expansão
quando comparado ao crescimento de 2015. “Observamos que o participante manteve
a estratégia para garantir renda complementar na aposentadoria, e essa escolha
pelos planos abertos de caráter previdenciário está relacionada ao entendimento
de que essa é uma modalidade transparente e que atende ao planejamento
financeiro do poupador”, afirma o executivo.
Atualmente,
um total de 81.492 mil pessoas já usufruem dos benefícios dos planos abertos de
caráter previdenciário (aposentadorias; pecúlios, por morte e por invalidez; e
pensões, por morte e por invalidez). O sistema contabiliza 13.059.671 indivíduos
com planos, sendo que deste total 9.918.783 são participantes de planos
individuais (já computados os planos para menores) e 3.140.888 de planos
empresariais.
Ainda de
acordo com dados do balanço, a captação líquida dos planos (diferença entre captação
e resgates) registrou saldo positivo de R$ 60,83 bilhões em 2016, volume 24,14%
superior aos R$ 49,00 bilhões registrados no ano anterior.
Resultado por tipo de plano
Os planos
individuais foram os que mais receberam recursos dos titulares dos planos em
2016. No total, foram aportados (contribuições e prêmios) R$ 98,03 bilhões na
modalidade, representando aumento de 15,77% em relação aos R$ 84,68 bilhões
computados no ano anterior.
Já os
recursos destinados a planos empresariais somaram R$ 14,74 bilhões em aportes.
No acumulado de 2015, foram registrados R$ 9,14 bilhões.
Os planos
para menores, por sua vez, acumularam R$ 1,95 bilhão em aportes, representando
alta de 6,56% em relação ao valor de R$ 1,83 bilhão arrecadado em 2015.
VGBL e PGBL
Na
análise por modalidade de plano, o VGBL (indicado para quem não tem como se
beneficiar da dedutibilidade fiscal prevista no formulário completo de
I.R.P.F.), recebeu prêmios de R$ 104,94 bilhões de janeiro a dezembro de 2016.
O PGBL
(modalidade de plano indicada para quem tem como se beneficiar da
dedutibilidade prevista no formulário completo de I.R.P.F.) registrou R$ 8,92
bilhões de contribuições em 2016. Os planos tradicionais, por sua vez,
registraram R$ 855,75 milhões.
Já na
análise mensal, os aportes feitos por titulares dos planos abertos de caráter
previdenciário foram de R$ 16,54 bilhões. No mesmo mês do ano anterior foram
registrados R$ 13,26 bilhões.
No mês de
dezembro, a captação líquida apresentou elevação de 29,66%, registrando saldo
positivo de R$ 11,38 bilhões.
Os planos
individuais receberam R$ 14,10 bilhões dos recursos em dezembro de 2016,
correspondendo a alta de 19,49% na comparação com os R$ 11,8 bilhões
registrados no mesmo mês do ano anterior. Os recursos destinados a planos
empresariais também avançaram e somaram R$ 2,25 bilhões em contribuições,
enquanto que no mesmo mês do ano anterior foram registrados R$ 1,3 bilhão.
Os planos
para menores, por sua vez, acumularam no mês R$ 196,4 milhões, representando
leve recuo de 0,86% em relação aos R$ 198,1 milhões somados em dezembro de
2015.
Os dados
das contribuições e prêmios por modalidade de plano mostram que o VGBL recebeu
R$ 14,61 bilhões. O PGBL registrou R$ 1,84 bilhão. Já a arrecadação dos planos
tradicionais foi de R$ 91,74 milhões.
Tratamento fiscal
A opção
por planos de caráter previdenciário deve considerar e priorizar uma visão de
longo prazo, dada a tributação diferenciada para o poupador. No PGBL,
modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo
formulário completo, o poupador pode deduzir anualmente da base de cálculo do
tributo, o valor total das contribuições efetuadas a planos de previdência
complementar, durante o exercício social, até o limite de 12% da sua renda
bruta, reduzindo o imposto a pagar ou, até mesmo, podendo ter direito à
restituição.
É o
chamado diferimento fiscal, ou seja, o pagamento do IR devido sobre esses
recursos, acrescidos dos rendimentos auferidos, é realizado apenas no momento
do resgate total ou parcial, ou do recebimento do benefício.
Para
usufruir da dedução, o participante da previdência complementar aberta tem de
estar contribuindo para a previdência oficial, inclusive no caso do titular,
com mais de 16 anos, ser dependente de quem faz a declaração.
Já no
VGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda pelo
formulário simplificado, para quem se encontra na faixa de isenção do IR, ou
para quem já atingiu o limite de dedução previsto para a previdência
complementar (12% da renda bruta), não é possível deduzir da base de cálculo do
IR os valores dos aportes realizados ao plano. No entanto, no momento do
resgate ou do recebimento do benefício, o IR incide apenas sobre o valor dos
rendimentos auferidos, e não sobre o valor total do resgate ou do benefício
recebido, como ocorre no PGBL.
Para o
presidente da FenaPrevi, é importante destacar que, para ambas as modalidades
de planos (PGBL e VGBL), não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses,
sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em alguns tipos de aplicações.
Outra característica do PGBL e do VGBL é a
possibilidade do poupador optar pelo regime de alíquotas regressivas do imposto
de renda, significando, deste modo, que, quanto mais tempo os recursos
permanecerem aplicados, menor será a alíquota do Imposto de Renda incidente.
Revista JRS